Com expectativa de mais um trimestre de desaceleração da carteira de crédito, a XP Investimentos prevê que o Bradesco (BBDC4) seja o destaque positivo da temporada de resultados bancários, enquanto Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) devem entregar resultados neutros, e o Banco do Brasil (BBAS3) permanece como o ponto fraco.Saiba mais: Confira o calendário de resultados do 3º trimestre de 2025 da Bolsa brasileiraEm relação à qualidade do crédito, analistas destacaram em relatório esperar aceleração dos NPLs (créditos em atraso) nas carteiras de Agronegócio e pequenas e médias empresas (PMEs), enquanto a carteira de Pessoas Físicas deve continuar com um ritmo mais lento de deterioração.Além disso, com desenvolvimentos mistos na margem financeira líquida (NIM) e sem destaques significativos na otimização de despesas operacionais, analistas esperam que os níveis de rentabilidade registrem pequenas oscilações. Leia tambémUBS BB vê cenário binário sobre tarifas antidumping, mas com viés positivo para USIM5Apesar do otimismo crescente em relação à possível aprovação de medidas antidumping para importações de aço no Brasil, o UBS BB ainda considera o desfecho amplamente binárioWEG (WEGE3) compra 54% do capital social da Tupi Mob por R$ 38 miConclusão do acordo sobre a empresa de soluções para redes de recarga de veículos elétricos está sujeita ao cumprimento de certas condições, como aprovações regulatórias.Bradesco (BBDC4)A XP prevê que os resultados do Bradesco no 3T25 representem mais um passo na recuperação da rentabilidade, com lucro atingindo R$ 6,2 bilhões. Segundo relatório, a carteira de crédito pode mostrar desaceleração, mas em linha com o mercado. O destaque deve continuar sendo PMEs (pequenas e médias empresas), enquanto o segmento de empréstimos consignados privados começa a ganhar tração.Com relação a qualidade de ativos, analistas projetam leve aumento da taxa de inadimplência (NPLs), apesar do momento positivo em PMEs. O crescimento da carteira, mesmo com viés para linhas garantidas, deve permitir mais um trimestre de melhoria na margem financeira líquida (NIM). O segmento de seguros também deve manter desempenho sólido.Em tarifas, a XP espera normalização, considerando o efeito de base da consolidação da Cielo. A recomendação segue neutra com preço-alvo de R$ 17.Itaú (ITUB4)Embora não se destaque neste 3T25, a XP ainda vê Itaú como o melhor player para navegar no ambiente macro atual, com potencial de valorização (upside) significativo a ser impulsionado por melhorias no índice de eficiência.A XP prevê que os resultados do Itaú devam seguir a tendência do trimestre anterior. O crescimento da carteira de crédito será liderado por PMEs (pequenas e médias empresas), enquanto o crédito imobiliário para Pessoas Físicas desacelera, mas ainda acima da orientação anual. Em empréstimos consignados, o privado acelera e o INSS sofre com questões operacionais. O crédito corporativo deve ter crescimento prejudicado pela variação cambial.Quanto à qualidade do crédito, a XP espera estabilidade em pessoas físicas e algum aumento em PMEs, mas indicadores devem ser similares ao 2T25.Em termos de margem financeira líquida, a expectativa é certa desaceleração, enquanto o Itaú deve registrar crescimento sequencial em tarifas, impulsionado por seguros e recuperação em Investment Banking (DCM). No entanto, o desempenho positivo deve ser compensado por maiores despesas, impacto do acordo trabalhista de setembro. Diante disso, a estimativa é de lucro líquido de R$ 11,7 bilhões, ligeiramente acima do trimestre anterior, implicando em retorno sobre patrimônio líquido (ROE) de 22,9%. A XP reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 45.Banco do Brasil (BBAS3)Como amplamente esperado, o Banco do Brasil (BBAS3) deve reportar mais um trimestre pressionado, devido à desaceleração no crescimento das carteiras Corporate e Agronegócio, refletindo o ambiente mais desafiador, enquanto a carteira de Pessoas Físicas deve acelerar, principalmente em linhas garantidas como empréstimos consignados privados.Segundo estatimativas, a carteira total deve crescer 9% na base anual, ainda acima do limite superior da orientação para 2025, sugerindo possível desaceleração adicional e comparativos difíceis levando à contração no 4T. Em qualidade de ativos, segundo a XP, o Agro continua sendo a principal preocupação, com aumento da inadimplência, especialmente porque o 3T concentra cerca de 40% dos vencimentos da safra do ano. O Corporate também deve pressionar, impactado por juros elevados e efeitos de longo prazo do setor agro. NPLs em Pessoas Físicas devem manter ritmo gradual de deterioração, beneficiando-se de maior liquidez.De acordo com o relatório, necessidades de provisão continuarão elevadas, fechando o ano acima da orientação de R$ 59 bilhões, com custo de risco próximo a 5% em 2025. Do lado ponto positivo, a corretora espera leve aumento sequencial na receita líquida de juros (NII), impulsionado por spreads maiores e resultado positivo em tesouraria. As tarifas devem permanecer pressionadas, convergindo para a orientação. Com despesas crescendo em linha com a inflação, a previsão é nova contração no lucro líquido, cerca de 6% na base trimestral e 62% na comparação anual, implicando em ROE de 8%.No geral, a combinação de recuperação lenta e incerta, ROE baixo, dividend yield modesto e P/L acima da média histórica reforça a visão cautelosa sobre o BB e mantém classificação neutra, com preço-alvo de R$ 25.Santander (SANB11)A XP projeta que o Santander terá performance do 3T25 semelhante ao primeiro semestre, com crescimento fraco na carteira expandida. A carteira de Pessoas Físicas deve se beneficiar de veículos e cartões de crédito, enquanto Agronegócio e consignados apresentam crescimento lento. PMEs devem avançar de forma moderada nas linhas FGI e Pronampe, e o Corporate permanece estável, mas afetado pela variação cambial. O NII, por sua vez, deve apresentar alta de 3,8% em relação ao trimestre anterior e de 5% na base anual, enquanto tarifas e comissões seguem pressionadas. A qualidade do crédito deve registrar aumento de NPLs de curto prazo, elevando provisões e custo de risco. Com pouca otimização de despesas, a XP estima crescimento fraco do lucro líquido, com leve queda sequencial no ROE.A corretora manteve recomendação de compra para ações do Santander, com preço-alvo de R$ 35.The post Bradesco positivo e BB de novo ponto fraco: o que a XP espera para os bancões no 3T25 appeared first on InfoMoney.