Ouro brilha na turbulência: XP explica como investir no metal que desafia as crises

Wait 5 sec.

Ouro brilha na turbulência: XP explica como investir no metal que desafia as crisesQuando a incerteza domina o mercado e o investidor busca refúgio, o ouro volta a brilhar. Em meio a um cenário global turbulento, com inflação elevada, tensões geopolíticas e o impasse fiscal nos Estados Unidos, o metal precioso superou a marca histórica dos US$ 4 mil por onça-troy em outubro de 2025. Segundo análise da XP, o movimento reforça o papel do ativo como proteção para carteiras e reserva de valor em momentos de estresse econômico.Para a corretora, o ouro segue sendo o “porto seguro” clássico dos investidores — um ativo que preserva valor quando quase tudo perde força. “A procura cresce em períodos de instabilidade e inflação, e 2025 foi um exemplo claro disso”, destaca o relatório da XP.Ouro e dólar: lados opostos da mesma moedaA valorização do ouro também reflete a fraqueza do dólar neste ano. Historicamente, o metal se move na direção contrária da moeda americana, já que é cotado em dólar. Quando a divisa cai, o metal se torna mais acessível para investidores de outros países, ampliando a demanda.De acordo com a XP, a queda do dólar em 2025 foi alimentada por políticas econômicas do novo governo Trump e pela guerra tarifária com diversos parceiros comerciais. “As tarifas levantaram receios sobre uma nova rodada de pressões inflacionárias, o que reduziu o apetite por ativos denominados em dólar e aumentou o fluxo para o ouro”, explica a análise.O movimento também teve reflexos em bancos centrais. Dados do World Gold Council mostram que as instituições monetárias mantiveram o ritmo de compras do metal. Em agosto, por exemplo, foram adicionadas 15 toneladas às reservas globais, com destaque para o Cazaquistão, a China e a Polônia. Desde 2021, o Banco Central do Brasil mantém seu estoque em 129,6 toneladas, o equivalente a US$ 13,7 bilhões.Como investir em ouro e diversificar sua proteçãoA XP explica que o investidor pode acessar o mercado de ouro de diferentes formas, conforme o perfil e o objetivo. O caminho mais tradicional é o metal físico, vendido em barras ou lâminas por corretoras autorizadas pelo Banco Central e pela CVM. Apesar do apelo tangível, há custos com custódia e segurança, além de menor liquidez.Outra opção são os contratos futuros de ouro (GLD), lançados pela B3 em 2025. Eles permitem exposição ao ativo sem a necessidade de armazenamento físico, com cotação em dólares e margens acessíveis a partir de R$ 50 por contrato. Já para quem busca simplicidade, há os fundos e ETFs.Entre as alternativas, a XP destaca o Trend Ouro FIM, fundo com taxa de administração de 0,50% ao ano e aplicação mínima de R$ 100. Há também ETFs listados no Brasil (GLDX11 e GOLD11) e nos EUA (GLD e IAU). “Os fundos e ETFs oferecem exposição eficiente ao ouro sem os riscos físicos do metal”, pontua a XP.Investidores mais arrojados podem ainda optar por ações de mineradoras, como a Aura Minerals (AURA33). Em 2025, a companhia produziu 124,1 mil onças equivalentes de ouro no semestre e manteve recomendação de Compra pela XP. Segundo a análise, “mesmo com o preço do ouro estimado em US$ 3.800 por onça em 2026, o valuation segue atrativo, com P/L implícito de 6 vezes e yield de 14%”.No fim, o relatório reforça que o ouro não deve ser visto apenas como especulação, mas como instrumento estratégico de proteção patrimonial. “O metal é uma reserva de valor testada pelo tempo — um ativo que não promete rendimentos rápidos, mas oferece solidez quando o mercado vacila”, conclui a XP.