O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados deve ouvir, nesta terça-feira (14), os depoimentos dos deputados Gilvan da Federal (PL-ES) e André Janones (Avante-MG) por quebra de decoro parlamentar.Ambos os deputados tiveram seus mandatos suspensos de forma cautelar — Janones por 3 meses, a partir de 15 de julho, e Gilvan pelo mesmo período, a partir de 6 de maio.Apesar da punição, ainda tramitam no conselho processos que apuram as condutas dos parlamentares e podem levar à cassação dos mandatos, ou seja, à perda dos cargos. Leia Mais: Conselho de Ética livra Janones por usar camisa com crítica à anistia Conselho de Ética tem dia de arquivamentos e pedidos de vista na Câmara Líder do governo: Gleisi vai "meter a faca" em cargos do Centrão na Caixa Gilvan é acusado de “proferir manifestações gravemente ofensivas e difamatórias” contra a ministra da SRI (Secretaria de Relações Institucionais), Gleisi Hoffmann, durante reunião da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, em 29 de abril. Na ocasião, o deputado do PL chamou Gleisi de “amante” e disse que ela “deve ser uma prostituta do caramba”. Gilvan falava sobre uma suposta lista de beneficiários de valores repassados pela Odebrecht, apresentada no âmbito das investigações decorrentes da Operação Lava Jato.Após as falas, Gilvan protagonizou uma discussão com o deputado e namorado da ministra, Lindbergh Farias (PT-RJ), episódio também vinculado à ação protocolada pela Mesa Diretora da Câmara. À época, Gilvan negou ter se referido diretamente à ministra,Já o deputado Janones deve depor no âmbito do processo que investiga sua conduta na sessão plenária do dia 9 de julho, quando teria provocado “abertamente” o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que discursava na tribuna.A discussão começou quando Nikolas usou a tribuna para ler a carta divulgada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em que anunciou a aplicação de tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil.Janones, então, fez críticas ao colega e foi chamado de “rachadinha” por integrantes da bancada do PL. Por várias vezes, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), precisou intervir para tentar encerrar o bate-boca entre governistas e oposição.“O representado, em flagrante abuso de suas prerrogativas constitucionais, com o animus de ofender a honra do deputado Nikolas Ferreira, proferiu xingamentos ultrajantes, com expressões de baixo calão, desonrosas e depreciativas, além de provocar abertamente os Deputados do Partido Liberal”, diz a representação da Mesa Diretora.Como testemunhas de defesa de Janones no processo, podem ser ouvidos os deputados Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) e Duda Salabert (PDT-MG).*Sob supervisão de Leandro Bisa