Após maior crash da história, investidores correm para se proteger de nova queda nas criptomoedas

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Após a maior liquidação de criptomoedas da história na última sexta-feira (10), investidores do mercado de opções estão se preparando para mais volatilidade e possíveis quedas adicionais no bitcoin e no ether, posicionando-se agressivamente em negociações que ofereçam proteção contra uma nova possível derrocada.Participantes do mercado disseram que o setor cripto viu, na sexta-feira, mais de US$ 19 bilhões em liquidações de posições alavancadas, à medida que vendas em pânico e baixa liquidez provocaram oscilações bruscas. A queda aconteceu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar no fim do dia uma tarifa de 100% sobre importações da China e ameaçar controles de exportação sobre softwares críticos.SAIBA MAIS: Fique por dentro dos melhores conteúdos do Money Times sem pagar nada por isso; veja como Analistas do setor cripto afirmaram que esta foi a maior limpeza em 24 horas da história do mercado, nove vezes maior que o crash de fevereiro de 2025 e 19 vezes maior que o colapso de março de 2020 e o da FTX em novembro de 2022.O bitcoin chegou a cair para US$ 104.782,88 entre os dias 10 e 11 de outubro, uma queda de mais de 14% em relação à máxima de US$ 122.574,46 na sexta-feira. A criptomoeda mais valiosa do mundo era negociada por US$ 115.718,13 (+0,6%) na última atualização. O bitcoin havia atingido uma máxima histórica acima de US$ 126.000 em 6 de outubro.O ether, segunda maior criptomoeda, caiu 12,2% para US$ 3.436,29 na sexta-feira. Na última cotação, era negociado a US$ 4.254, com alta de 2,4% no dia.As altcoins sofreram perdas ainda maiores. O token HYPE caiu -54%, DOGE recuou -62%, e AVAX desabou -70%, antes de se recuperarem para perdas mais modestas.Durante o fim de semana, Trump suavizou seu discurso em relação à China, afirmando que “vai ficar tudo bem” e que os EUA não querem “prejudicar” a China. Isso ajudou a recuperação do mercado cripto. A China, no domingo, culpou os EUA pela escalada, mas não anunciou novas medidas retaliatórias.“Na sexta-feira, vimos a volatilidade explodir em todos os prazos, tanto nos vencimentos de curto quanto de longo prazo. O sentimento predominante no curto prazo é de preocupação com novas quedas”, disse Sean Dawson, chefe de pesquisa da Derive.xyz, plataforma de derivativos de criptomoedas em Canberra.Dados da Derive.xyz mostraram grande volume de compras de “puts” (opções de venda) em bitcoin e ether, o que indica hedge contra riscos de queda.No caso do bitcoin, houve forte demanda por puts com direito de venda a US$ 115.000 e US$ 95.000, com vencimento em 31 de outubro, segundo Dawson. Também houve uma inversão no comportamento dos investidores, que passaram de compradores a vendedores de “calls” (apostas de alta) no strike de US$ 125.000 com vencimento em 17 de outubro, o que aponta para uma visão de curto prazo mais pessimista.As calls no mercado de opções representam apostas na alta do ativo.No ether, segundo Nick Forster, cofundador da Derive.xyz, os investidores se concentraram no strike de US$ 4.000 com vencimento em 31 de outubro, e US$ 3.600 com vencimento em 17 de outubro. Ele também destacou compras significativas de puts a US$ 2.600 com vencimento em 26 de dezembro, o que indica sentimento pessimista até o fim do ano.Bitcoin “mais calmo”Apesar do colapso, Willy Woo, renomado analista de dados on-chain com mais de um milhão de seguidores no X (ex-Twitter), observou que os fluxos de investidores em bitcoin se mantiveram estáveis, o que pode explicar o desempenho relativamente melhor do bitcoin frente à queda nas ações.Por outro lado, Woo destacou queda significativa nos fluxos do ether, enquanto a Solana continuou em declínio. Ele acredita que o capital está migrando das altcoins para o bitcoin, em vez de sair do mercado cripto.As altcoins, ou “moedas alternativas”, são criptomoedas que não são bitcoin e são frequentemente consideradas investimentos de alto risco e alta recompensa. Algumas geram grandes retornos, mas muitas perdem liquidez ou falham.O bitcoin, por outro lado, é amplamente visto como um ativo “blue-chip” no mundo cripto, sendo amplamente mantido por instituições.“A boa notícia é que esse crash eliminou o excesso de alavancagem e reajustou o risco do mercado, por enquanto”, disse Nic Puckrin, analista e cofundador da The Coin Bureau.“No entanto, o bitcoin agora enfrenta mais uma batalha difícil para superar níveis de resistência importantes e tentar alcançar uma nova máxima histórica ainda este ano”.