Por que os continentes ficam concentrados em um “lado” da Terra?

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Um olhar mais atento para um globo terrestre revela uma curiosidade: a maior parte da terra firme do nosso planeta está concentrada em um hemisfério. Se você girar o globo para o lado do Oceano Pacífico, irá ver um mar azul quase infinito. Já do lado oposto, estão juntas as massas continentais da África, Europa e Ásia. Mas por que essa distribuição não é mais equilibrada?A resposta está nas profundezas da Terra e em um processo geológico de escala épica: o ciclo dos supercontinentes.De acordo com o IFL Science, a configuração atual dos continentes é, em grande parte, um capítulo contínuo da fragmentação de Pangeia, o último supercontinente a existir, que reunia quase toda a terra firme do planeta entre 336 e 175 milhões de anos atrás. A prova mais famosa desse passado unido é o encaixe quase perfeito entre as costas leste da América do Sul e oeste da África.Antigo supercontinente Pangeia. Crédito: Ianm35 – iStockPhotoPangeia fez parte de um cicloNo entanto, Pangeia não foi um evento único. A geologia nos ensina que a cada 300 a 500 milhões de anos, as forças da deriva continental – o movimento lento mas incessante das placas tectônicas – tendem a reunir a maioria dos continentes em uma única e vasta massa de terra. Para ser considerado um supercontinente, esse aglomerado deve conter pelo menos 75% de toda a terra emersa do planeta. Embora Europa, Ásia e África estejam conectadas hoje, elas representam apenas 57% da área terrestre total, não se qualificando sozinhas como um novo supercontinente.Este é um ciclo de abertura e fechamento. Os continentes se espalham, como vemos atualmente com a expansão do Oceano Atlântico, que afasta as Américas da Eurásia e da África. Mas, após se espalharem, as forças convectivas do manto terrestre eventualmente revertem o movimento, trazendo-os de volta para um novo e grandioso encontro.Teoria mais aceita sobre formação dos continentes é a das placas tectônicas. Crédito: Projeto Paleomap e Michael ChinO que vai acontecer com os continentes no futuro?E o que nos espera? Nos próximos milhões de anos, a tendência é de uma distribuição ligeiramente mais equilibrada. Projeções indicam que a Eurásia continuará a se mover para leste, enquanto as Américas migram para oeste, através do alargamento do Atlântico. O aglomerado atual ficará, portanto, menos denso.Leia mais:Superfície da Terra está se formando em novo supercontinenteContinentes em formação afundaram antes de se reerguerem, diz estudoPor que a Oceania é considerada um continente-arquipélago?Contudo, este é apenas um intervalo. Os geólogos preveem que, no longo prazo, as placas tectônicas iniciarão um novo movimento de colisão, preparando o palco para a formação do próximo supercontinente, daqui a centenas de milhões de anos.Enquanto isso, a visão mais fiel da Terra como um “pálido ponto azul” no espaço pode ser experimentada a partir de uma órbita sobre o Pacífico Sul. Nessa região, o oceano é tão imenso que possui suas próprias antípodas – áreas onde a água cobre ambos os lados do globo. Dessa perspectiva, nosso mundo revela sua verdadeira essência: uma esfera dominada por água, com suas massas de terra transitórias agrupadas em uma dança geológica que dura bilhões de anos.O post Por que os continentes ficam concentrados em um “lado” da Terra? apareceu primeiro em Olhar Digital.