Prefeitura deve R$ 320 milhões a empresas de ônibus, que cobram atraso

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Concessionária do serviço de transporte público de ônibus da cidade de São Paulo cobram centenas de milhões de reais da prefeitura de São Paulo por atraso no reajuste contratual que deveria ter ocorrido no ano passado. A própria SPTrans pediu à gestão Ricardo Nunes (MDB) a liberação de R$ 320 milhões para o “pagamento da Revisão Quadrienal aos operadores do sistema de transportes com vencimento no dia 12 de dezembro”, próxima sexta-feira.Empresas que vinham cobrando a prefeitura e reclamando dificuldades financeiras pelo atraso na revisão na Revisão Quadrienal estão entre as afetadas pela greve de ônibus que deixa a cidade de São Paulo estado de caos nesta terça-feira (9/12). Motoristas e cobradores reclamam de terem sido avisados de que receberão o 13º salário com atraso.É o caso do Consórcio KBPX, que assinou contrato com a prefeitura em maio de 2019 com cláusula de revisão quadrienal em quatro anos. Em ofício à prefeitura, o consórcio disse que estudos da FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) apontam que o KBPX tem direito a uma indenização de R$ 30,5 milhões referente somente ao período entre maio/2024 e julho/2025, além de um reajuste na remuneração básica mensal de R$ 2,1 milhão. Leia também São PauloÔnibus circulam sem letreiro e ignoram passageiros após greve em SP São PauloPrefeitura de SP registra boletim contra empresas de ônibus após greve São PauloGreve afeta 3,3 milhões de passageiros e envolve 15 empresas em SP São PauloCom chuva e greve de ônibus, São Paulo bate recorde de trânsito. Veja A Viação Gatusa apresentou queixa semelhante. Dizendo que em duas oportunidades questionou o poder concedente (prefeitura) sobre o reajuste, sem receber resposta conclusiva, a empresa calcula que tem a receber uma indenização de R$ 49 milhões só até julho/2025, além de uma remuneração básica mensal R$ 3,5 milhões maior. Só de maior custo de captação de valores no mercado financeiro, a Gatusa diz ter R$ 15 milhões em prejuízo.Em outubro, ambas as empresas anunciaram que o atraso poderia impactar o serviço, como acontece nesta quarta-feira. Nessas condições, considerando o risco de dano irreparável ou de difícil reparação à Concessionária, diante da redução do fluxo de caixa que pode culminar em solução de continuidade na prestação do serviço público essencial, pedimos que, analisados os fatos, determine, em caráter de urgência, a liberação dos valores incontroversos, já reconhecidos e informados ao TCM/SP, bem como a correção da remuneração básica mensal”.Em entrevista à Band, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) negou qualquer atraso. “Todos os pagamentos da prefeitura às empresas de ônibus estão rigorosamente em dia, rigorosamente em dia. Portanto, todas as empresas têm obrigação de pagar seus funcionários. É inaceitável esta paralisação, e podemos pedir a intervenção e caducidade do contrato com essas empresas.”