Patria compra divisão de FIIs da RBR e alcança R$ 38 bi em ativos imobiliários

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O Patria fechou um acordo para adquirir a divisão de fundos imobiliários listados da RBR Asset, em um movimento que deve remodelar a indústria de FIIs nos próximos anos. A transação envolve 12 fundos, que somam R$ 8 bilhões em ativos potenciais, e marca mais um passo da estratégia de consolidação iniciada pelo Patria em 2022, quando adquiriu a VBI. Com o negócio, a gestora alcança R$ 38 bilhões em ativos imobiliários sob gestão, consolidando-se como a maior gestora do setor imobiliário. O valor da transação não foi informado.Segundo Rodrigo Abbud, Head de Real Estate do Patria, a motivação para a transação está no avanço de uma tese: a indústria caminha para menos fundos, porém fundos maiores, com ganhos de liquidez, eficiência operacional e menor volatilidade para os cotistas. “Não quero ter 32 fundos. Quero ter fundos grandes, setoriais, porque isso traz os benefícios que discutimos no caso do HGLG: diversificação geográfica, risco diluído, cota mais próxima ao patrimonial e capacidade de desenvolver projetos maiores”, afirma em entrevista ao InfoMoney.Ele explica que a compra se dará por meio de uma reorganização societária que transfere ao Patria o CNPJ responsável pelos contratos de gestão dos fundos listados — sem necessidade de aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) ou de Assembleias.A avaliação do Pátria sobre os 12 fundos, diz Abbud, foi feita individualmente. “Analisamos fundo a fundo. Em todos eles, enxergamos espaço para consolidar, reciclar ativos e fazer movimentos semelhantes ao que estamos já realizando”. Com a incorporação da carteira da RBR, o Patria reequilibra também sua composição entre crédito e tijolo: a fatia de crédito passa de 27% para 34% do total, aproximando a gestora de uma proporção considerada ideal para atuar de forma mais eficiente em diferentes ciclos do mercado.Leia Mais: O plano do Patria para um HGLG11 de R$ 10 bi — e o impacto no mercado de FIIsR$ 700 milhões para R$ 38 bilhões desde 2022O movimento fecha um ciclo de aquisições iniciado em 2022, quando o Patria tinha apenas R$ 700 milhões sob gestão em real estate. Desde então, vieram VBI, Genial, Vectis e, agora, a divisão de FIIs listados da RBR.A partir de 2026, afirma Abbud, o foco deixa de ser comprar gestoras e passa a ser organizar a casa, consolidar fundos e acelerar o crescimento orgânico. “Entramos 2026 mais bem posicionados do que começamos 2025. E num ano em que a redução de juros, maior ou menor, já está contratada. Isso naturalmente ajuda a indústria”, disse.Leia Mais: Quem não cresce, desaparece? Consolidação do mercado reduz espaço para FIIs menoresRBR mira futuro mais institucionalPara Ricardo Almeida, CEO da RBR, a decisão de vender a divisão de fundos listados está alinhada com a visão de longo prazo da gestora — e também com o futuro da indústria. “Os fundos vão diminuir em número e aumentar de tamanho. Isso é melhor para o investidor”, afirmou.A RBR segue operando de forma independente com R$ 4 bilhões em ativos, sendo R$ 3 bilhões em imobiliário (Brasil e EUA) e R$ 1 bilhão em infraestrutura. A casa manterá seu time, o modelo de partnership e a estratégia de alocar capital proprietário em seus próprios fundos, algo reforçado pelo caixa gerado na operação.No curto prazo, o foco da gestora será o público institucional. A RBR está concluindo a captação de um fundo de desenvolvimento logístico em parceria com o Itaú, prepara um novo FIP-IE de infraestrutura, negocia um portfólio de multifamily em Nova York e acaba de fechar um mandato exclusivo para montar uma carteira de FIIs para um dos maiores fundos de pensão do Brasil.Almeida comenta que a saída do varejo nos listados não significa abandono definitivo do segmento. “Para voltar aos fundos listados, teremos que atacar alguns pontos para chegar fortes de novo. Não é um adeus permanente”, afirma.Leia Mais: Os novos rostos dos FIIs: menos CPF, mais CNPJ — e muitos passaportesThe post Patria compra divisão de FIIs da RBR e alcança R$ 38 bi em ativos imobiliários appeared first on InfoMoney.