Deputados se desmoralizam ainda mais ao tolerar ‘bancada de fugitivos’ na Câmara

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Nem a Polícia Federal nem o Fisco e muito menos o Judiciário. Segundo reza a lógica popular, a única coisa que político teme de verdade é a urna.Na Câmara dos dias atuais, no entanto, esse conceito mostra-se mais do que ultrapassado. A atual gestão de Hugo Motta vai fechar 2025 com uma pauta irrelevante de matérias aprovadas em benefício do país.A baixa produtividade deveria servir de alerta aos mandatários que pretendem pedir um novo mandato ao eleitor nas urnas no próximo ano, mas o descolamento de realidade das excelências parece não ter fim.Depois de um motim e de uma coleção de episódios grotescos nas comissões da Casa — e nem se fale dos escândalos de corrupção com emendas parlamentares –, os deputados ofereceram ao país, nos últimos dias, uma coleção de péssimos exemplos.Em poucos dias, aprovaram um texto que reduz as penas de condenados que tentaram acabar com a democracia no país e livraram da cassação uma deputada federal condenada pelo STF e presa na Itália por graves crimes.Numa canetada, Hugo Motta permitiu que um deputado que fugiu do país e há meses não trabalha continue exercendo um mandato fantasma e usando o broche da Casa de Ulysses Guimarães. Na mesma linha, retardou a perda de mandato de outro parlamentar que foi condenado por integrar a cúpula da trama golpista e, para não pagar por seus crimes, igualmente refugiou-se nos Estados Unidos.Reza a lei que os deputados são eleitos pelo povo e iguais em seus poderes no Parlamento. Deveria constranger os mandatários, portanto, a existência de uma bancada de fugitivos representando a instituição.Os deputados, no entanto, decidiram fazer vista grossa ao que se passa com Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem na Casa. Em vez de cassar Carla Zambelli, banindo a bolsonarista da política por oito anos, aceitaram aguardar a perda do mandato da parlamentar por faltas, a mesma situação vivida por Eduardo Bolsonaro.Mostraram que toleram a obra construída pelo trio contra o país e as instituições. Parlamentares que abandonaram seus eleitores em nome de interesses pessoais poderão até perder os mandatos por número de faltas, mas não pela consequência de seus atos condenáveis.O show de horrores visto na Câmara nesta semana deveria ser respondido nas urnas, mas nem isso as excelências temem mais.VejaO post Deputados se desmoralizam ainda mais ao tolerar ‘bancada de fugitivos’ na Câmara apareceu primeiro em Vitrine do Cariri.