Um dos artistas mais requisitados do país no momento, o cantor João Gomes fará um show gratuito na cidade de São Paulo no próximo domingo (14), durante o festival São Paulo Canta Nordeste. Por enquanto, tudo que se sabe é a data e o local: o Parque do Carmo, em Itaquera, na zona leste, com portões abertos. Sequer o horário foi divulgado ainda.Chama atenção o fato de o evento, anunciado com uma semana de antecedência, não ter nenhum patrocinador, apenas um “apoio” logístico da prefeitura de São Paulo. João Gomes cobra cachê de R$ 1 milhão por apresentação.Mesmo o pedido de apoio institucional da prefeitura de São Paulo ao festival São Paulo Canta Nordeste, com shows de João Gomes, Iguinho e Lulinha e Mari Fernandes, só foi formalizado na sexta-feira (5/11). Só naquele dia o chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Cultura avisou outros órgãos (CET, GCM, limpeza, subprefeitura, etc) do festival, anunciando o “patrocínio” da pasta dele.No domingo, menos de 48 horas depois, os artistas já eram outros, e o vínculo com a gestão Ricardo Nunes (MDB), também. Em postagens nas redes sociais, foram anunciados os shows de Limão com Mel, Enok Virgulino, Rasta Chinela, Saborear e João Gomes, em um evento com “apoio” da prefeitura de São Paulo. Diferente do patrocínio, o apoio não envolve transferência de recursos.Só um show de João Gomes custa R$ 1 milhão — ao menos foi esse o valor que a prefeitura pagou para ele cantar no próximo réveillon. O São Paulo Canta Nordeste não tem patrocinadores anunciados.O evento é produzido pela agência Lime, dos mesmos donos da revista de motociclismo “Duas Rodas”, que por sua vez recebeu apoio da prefeitura de São Paulo para realizar o “São João Paulo”, em junho.A festa junina, no Centro Esportivo Tietê, é investigada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) porque a prefeitura cedeu o espaço gratuitamente, pagou pelos shows de artistas consagrados e bancou a infraestrutura, enquanto a Duas Rodas foi beneficiária de um patrocínio da casa de apostas Vai de Bet, sem que o dinheiro desse patrocínio tenha retornado a quem bancou a festa: o município.A coluna procurou Bárbara Apiacá, CEO da Agência Lime, mas ela não respondeu mensagens enviadas pelo Whatsapp. O espaço segue aberto.