A sessão de julgamento do núcleo 2 da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal) começou em clima de tensão nesta terça-feira (9) após a repreensão de um advogado de defesa feita por Flávio Dino, ministro presidente da Primeira Turma.Logo após a leitura do relatório por Alexandre de Moraes, a defesa de Filipe Martins, que é ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro (PL), pediu a palavra para questionar a decisão que barrou parte dos slides previstos para a sustentação oral.O advogado Jeffrey Chiquini solicitou que Moraes reconsiderasse a determinação tomada na véspera, que permitiu a maior parte do material, mas vetou a exibição de um vídeo e de três imagens por serem, segundo o ministro, irrelevantes, impertinentes e “tumultuárias”. Leia Mais Pedidos para que Fux participe de julgamento causam espanto, diz Moraes Recondução de Gonet à frente da PGR é publicada no Diário Oficial da União Revogação de prisão de Bacellar é publicada no Diário Oficial do Rio Moraes respondeu nesta terça que manteria a decisão e afirmou que, se os elementos fossem tão importantes, teriam sido anexados ao processo e não usados apenas na sustentação oral desta terça. Ao ouvir a negativa, Chiquini voltou à tribuna e interrompeu a fala do ministro. O presidente da Primeira Turma, Flávio Dino, interveio imediatamente: “Doutor, por favor. Não lhe foi concedida a palavra”, disse.Mesmo assim, o advogado continuou a falar e se recusou a deixar a tribuna. Dino reiterou que o pedido havia sido rejeitado e pediu nova retirada. Diante da insistência, policiais judiciais se aproximaram e ordenaram que ele se sentasse. Só então Chiquini deixou o púlpito.A Primeira Turma começou nesta terça o julgamento do último núcleo das ações penais sobre a tentativa de golpe de Estado.Chiquini também atuou na defesa de Rodrigo Bezerra de Azevedo, réu do núcleo 3, que foi julgado em novembro. Naquela ocasião, também foi repreendido por Dino.Na sua sustentação oral de novembro, o advogado chamou a investigação da PGR (Procuradoria-Geral da República) e da Polícia Federal de “a pior investigação da história” e questionou a credibilidade das provas, além de atacar o delegado da PF Fábio Shor.Sem citar nomes, Dino fez um discurso firme em defesa do respeito entre as partes e da postura do tribunal após a sustentação de Chiquini.O advogado também tem feito ataques frequentes ao Supremo e à condução do processo em suas redes sociais.Moraes nega pedido para que Fux participe de julgamento do núcleo 2 | CNN 360º