Como o CK One se tornou um ícone olfativo e cultural dos anos 1990

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Quando o CK One, da Calvin Klein, chegou ao mercado em 1994, ninguém imaginava que ele se tornaria um dos maiores fenômenos de venda da década. O perfume não só conquistou adolescentes e jovens adultos, como redefiniu conceitos de gênero, marketing e estilo.Mas por trás desse sucesso estrondoso existe uma série de curiosidades pouco conhecidas — algumas inesperadas, outras quase inacreditáveis — que ajudam a entender por que a fragrância se transformou em um dos maiores ícones dos anos 1990.A origem do conceito que nem parecia revolucionárioHoje, perfumes compartilháveis são comuns, mas nos anos 1990 essa ideia ainda soava distante. O curioso é que o conceito do CK One nem nasceu com grande pretensão de romper barreiras; ele surgiu de pesquisas internas da marca com jovens que buscavam fragrâncias “limpas” e “fáceis de usar”.Ao perceber que homens e mulheres reagiam positivamente ao mesmo tipo de aroma, a equipe criativa decidiu ousar. A intenção inicial não era fazer um manifesto — mas acabou virando exatamente isso.A jogada funcionou tão bem que, em poucos meses, a indústria inteira passou a discutir o futuro dos perfumes unissex e a questionar se essa era a direção inevitável da perfumaria moderna.A campanha que virou símbolo — e polêmica — da juventudeUma das curiosidades mais marcantes é como a campanha do CK One conseguiu ser ao mesmo tempo minimalista e polêmica. O Calvin Klein decidiu apostar em um grupo de modelos jovens, diversos e com visual “gente comum”, algo totalmente oposto ao glamour exagerado do final dos anos 1980. O resultado foi uma estética real, quase crua, que se tornaria sinônimo da década.O que muitos não sabem é que várias pessoas da campanha nem eram modelos profissionais. A marca fazia castings abertos nas ruas, convidando jovens com personalidades fortes e estilos autênticos. Essa escolha foi uma virada cultural: pela primeira vez, consumidores se reconheciam nos anúncios.Além disso, algumas fotos da campanha chegaram a ser censuradas em determinados países, não pelo apelo sexual, mas por retratar estilos e comportamentos considerados demasiadamente “contraculturais“ para a época.O frasco simples que nem pareceu estratégico — mas eraÀ primeira vista, o frasco do CK One parece quase básico demais: vidro fosco, tampa metálica e design que lembra embalagem de remédio. Mas a curiosidade é que essa simplicidade foi resultado de longas reuniões internas.O objetivo era criar um frasco que quebrasse completamente a estética ornamental tradicional da perfumaria. Em vez de luxo ostensivo, o CK One apostou no minimalismo industrial. A embalagem deveria parecer acessível, moderna e neutra — tudo para reforçar o conceito do perfume como “de todos”.Outro detalhe curioso: o frasco era vendido com tampa e borrifador separados, permitindo que cada pessoa escolhesse como queria usar. Essa decisão, antes estética, acabou criando uma tendência mundial.O impacto comercial que surpreendeu até a própria marcaO sucesso do CK One foi tão grande que bateu recordes internos do Calvin Klein que nem envolviam perfumes. Em menos de um ano, o perfume se tornou o item mais lucrativo da empresa, superando até peças de roupa que lideravam campanhas globais.Uma curiosidade interessante é que algumas lojas dos Estados Unidos relataram filas para comprar o perfume durante os primeiros meses. Em certas regiões, o estoque acabava antes mesmo de chegar ao balcão.A demanda foi tão absurda que o CK One chegou a representar 20% do faturamento da marca em alguns trimestres — algo praticamente inédito para uma fragrância mainstream.O impacto cultural que continua vivoO CK One virou perfume de escola, de faculdade, de festas, de primeiros encontros. Era tão presente na vida dos jovens que, para muitos, se tornou um marcador de época. A curiosidade é que vários artistas da cena alternativa dos anos 1990 passaram a mencioná-lo em entrevistas, descrevendo a fragrância como “o cheiro da juventude globalizada”.Outra curiosidade interessante: o CK One se tornou tão popular que passou a ser usado em desfiles e editoriais de outras marcas, porque seu aroma neutro não competia com o visual das roupas. Ele era discreto, mas icônico o suficiente para transmitir a estética da década. E como curiosidade final, o perfume continua sendo usado por artistas que buscam resgatar a vibe dos anos 1990 em clipes e produções visuais. Ele se tornou um acessório cultural, não apenas olfativo.O post Como o CK One se tornou um ícone olfativo e cultural dos anos 1990 apareceu primeiro em El Hombre.