O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se com parlamentares aliados horas depois que o PL da Dosimetria foi aprovado na Câmara dos Deputados, para discutir sua tramitação. O encontro, que não constava na agenda oficial, aconteceu na Granja do Torto, em Brasília, e teve como objetivo traçar estratégias para tentar frear o avanço da proposta no Senado Federal.Participaram da reunião os senadores Jaques Wagner (PT-BA), Eduardo Braga (MDB-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL). A preocupação do Executivo deve-se à celeridade com que a pauta tem avançado. No Senado, o projeto já possui relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o senador Esperidião Amin (PP-SC), que deve apresentar seu relatório na próxima quarta-feira (17). O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, sinalizou que colocará o tema em votação imediatamente após a liberação da comissão.Governo promete veto integralO líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou categoricamente que, se o projeto for aprovado pelo Legislativo, será vetado pelo presidente da República.“Se o projeto vier a ser aprovado, eu adianto: ele será vetado pelo senhor presidente da República. E nós iremos sustentar no plenário do Congresso Nacional a manutenção do veto”, declarou Randolfe. O senador classificou a proposta como um “acinte” e uma “ofensa à ordem jurídica nacional”, ressaltando que o texto poderia atenuar penas para crimes graves, incluindo os atos antidemocráticos de 8 de janeiro e crimes de corrupção.TramitaçãoNos bastidores, o Palácio do Planalto avalia que o projeto tem grandes chances de ser aprovado no Senado. Uma das estratégias discutidas para ganhar tempo é a solicitação de um pedido de vista, o que adiaria a análise. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp A matéria pode beneficiar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, principal adversário político do atual governo. Caso o texto entre em vigor, cálculos jurídicos indicam que Bolsonaro poderia obter liberdade condicional a partir de 2029.Diante deste cenário, fontes do Planalto indicam que a orientação é pelo veto integral, visando tanto impedir o benefício a opositores acusados de atentar contra o Estado Democrático de Direito quanto responder à base eleitoral do governo.*Com informações de Igor Damasceno Leia também Líder do PT vai ao STF contra decisão da Câmara sobre Zambelli Bacellar pede licença de 10 dias da Alerj após sair da prisão *Reportagem produzida com auxílio de IA