Abel Ferreira soltou recentemente, entre outras coisas, que “ninguém queria vir para o Palmeiras e alguém foi até o Paok buscar um treinador”. Ele tem razão. E poderia até ter dito o nome: a maioria das informações aponta Anderson Barros, diretor executivo na época, como o grande articulador da negociação (embora a decisão final tenha sido coletiva da diretoria).Lá na Grécia, outubro de 2020 era fogo puro. Abel deixou o Paok em 6º depois de seis rodadas, eliminado precocemente tanto da Champions quanto da Europa League.A torcida estava possessa: faixas de protesto no estádio, pichações nas ruas, xingamento pesado. Parte da imprensa grega chegou a rotulá-lo como um dos técnicos mais contestados da era Ivan Savvidis.Quando Abel saiu (e o Palmeiras pagou a multa rescisória), entrou o interino Pablo García e o time simplesmente voou: ganhou quase tudo que disputou depois, terminou a temporada regular em 2º e, nos playoffs, bateu na trave pro título, perdendo pro Olympiacos por detalhe. Ainda carimbou vaga direta na fase de grupos da Champions seguinte. Vários jornais gregos trataram a troca como o fim de um pesadelo.Hoje, óbvio, rola um arrependimentozinho em Salonica ao ver o Abel ganhando tudo por aqui. Mas, olhando friamente, a troca foi boa para os dois lados: o Paok se reencontrou, ganhou duas Copas da Grécia seguidas (2021 e 2022) e finalmente levantou a Super League na temporada 2023-24. Abel caiu no lugar certo: estrutura de primeiríssimo mundo, elenco forte e ambiente perfeito pra ele explodir. E explodiu. Siga o canal da Jovem Pan Esportes e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp Foi uma daquelas raras transferências em que todo mundo sai ganhando. Abel tem uma história brilhante no Palmeiras, é um dos funcionários mais importantes da atualidade, mas nunca será maior que o clube. Leia também Dívidas para ganhar taça causa crise em até 5 anos; São Paulo é mais um exemplo