‘Chantagem pura’, diz líder petista sobre candidatura de Flavio

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O deputado federal Kiko Celeguim (PT-SP), líder do Partido dos Trabalhadores em São Paulo, classificou a pré-candidatura do senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) como “chantagem pura”. O congressista disse à coluna que, ao dizer o “preço” para deixar a corrida eleitoral é anistia do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado por tentativa de golpe, Flavio tenta forçar o Congresso a pautar o projeto de anistia.“Estão chantageando o [presidente da Câmara dos Deputados] Hugo Motta, o [presidente do Senado] Davi Alcolumbre e os líderes dos partidos do Centrão a votar a anistia do Bolsonaro. Não acho que tenha espaço para isso passar o parlamento”, disse o deputado. Celeguim ainda falou que não vê chances de o projeto avançar no Congresso e que, por isso, os bolsonaristas “vão ter que manter essa candidatura até o final.”Tarcísio “com problemas” em SPSobre a eleição para governador em São Paulo, o petista avaliou que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) “saiu muito menor” após a indicação de Flavio. “Ele trabalhou o tempo todo para ser candidato a presidente. Ele não vai ter coragem de fazer uma aliança com os partidos de centro para enfrentar o bolsonarismo. Com esse banho de água fria, ele virá com problemas para a reeleição em São Paulo”, disse.O congressista afirma que o PT está otimista com os próximos dados econômicos do Brasil, especialmente com os efeitos da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês. Ele diz acreditar que a popularidade do governo deve subir por conta desses números e que, com isso, o campo da esquerda ganhe terreno no estado mais rico da federação. “A gente pode ter uma candidatura muito competitiva”, concluiu.Indicação de FlavioO ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou na sexta-feira (5) o filho mais velho, o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) para disputar a eleição para a Presidência da República em 2026. O PL e o próprio congressista confirmaram a informação.O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, confirmou a escolha de Bolsonaro. “Nosso Capitão ratificou a candidatura. Bolsonaro falou, está falado”, disse.O primogênito não era considerado um dos favoritos por especialistas. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é tido como o nome mais forte para disputar o Planalto com Lula e conta com forte apoio de líderes do Centrão, do mercado financeiro e do agronegócio.Mais popular que o irmão entre os bolsonaristas, Eduardo perdeu força ao deixar o Brasil e articular sanções contra o país nos Estados Unidos. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é citada por “suavizar” a imagem do bolsonarismo e pelo potencial de conquistar o voto feminino. A falta de experiência política, no entanto, pesa contra ela, que entrou em rota de colisão com os enteados e fez o PL retirar apoio a Ciro Gomes na corrida pelo governo do Ceará.Experiente na política, o senador Flavio Bolsonaro, que está na Casa Alta do Congresso desde 2019, dialoga mais com o centro, e até com a esquerda, do que os irmãos. A característica mais pragmática tende a ajudar na construção de alianças, mas deve sofrer rejeição da ala mais radical bolsonarista.