Diferente de sua companheira estatal, a Copasa (CSMG3), que subiu mais de 100% em 2025, a Cemig (CMIG4) pouco avançou no ano. Sem perspectivas de privatização, a companhia sofreu inúmeros cortes de recomendação de analistas, que viam uma ação sem grandes catalizadores e com dividendos menores.Para o Safra, o momento ainda é de cautela. Os analistas, que cortaram o preço-alvo de R$ 13,20 para R$ 12,50, potencial de apenas 13% em 2026, enquanto dizem esperar um futuro mais promissor para a companhia.Segundo Daniel Travitzky, que assina o documento, em 2025, a Cemig foi negativamente pressionada por sua posição vendida no portfólio de balanço energético (mais energia vendida do que disponível para venda), além de alguns contratos de energia com unidades renováveis para o Nordeste.Para ele, essa pressão negativa deve continuar em 2026, considerando o balanço energético da Cemig. Ademais, volumes na unidade de distribuição (DisCo) permanecerem moderados, limitando o potencial de crescimento nesse segmento.Mas há pontos positivos. A empresa pode conseguir renovar algumas concessões da unidade de geração (GenCo), com risco de alta em relação ao cenário, “já que consideramos o fim das concessões incluindo um reembolso de R$ 1,6 bilhão”.“Adicionalmente, acreditamos que a empresa continuará focada em desinvestimentos (ativos não essenciais) e iniciativas de eficiência que podem impactar positivamente o fluxo de caixa futuro”.Vai privatizar a Cemig?Em entrevista à Reuters, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, afirmou que mantém planos para privatização da empresa, mas considera que o tempo está muito apertado para vender a estatal antes de deixar o cargo em abril de 2026.A matéria ainda precisa de ser aprovada pela assembleia mineira. “Não entra mais a Cemig no meu plano de gestão porque só estarei lá até 4 de abril, mas espero que o vice-governador – Mateus Simões de Almeida – que vai assumir consiga levar adiante.“Não se fala nada de Cemig antes de concluir Copasa. Primeiro, todo esforço na Copasa. Mas gostaria que (Cemig) avançasse”, finalizou.