Quem é Zohran Mamdani, socialista e 1° prefeito muçulmano de Nova York

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Zohran Mamdani será eleito para a prefeitura de Nova York, de acordo com a projeção CNN. Ele se tornará o primeiro muçulmano a comandar a maior cidade dos Estados Unidos.Aos 34 anos, ele causou um “terremoto” no cenário político, atraindo atenção e críticas do presidente Donald Trump.As propostas do de Mamdani focam no custo de vida de Nova York, propondo congelar aluguéis e tornar os ônibus gratuitos.Quem é Zohran Mamdani?Zohran Mamdani é um deputado estadual que representa partes do Queens, um bairro de Nova York e uma das áreas mais diversas do país. Ele está no terceiro mandato.Mamdani é um imigrante de Uganda que foi criado na Cidade do Cabo, na África do Sul, e, depois, na cidade de Nova York, onde estudou na prestigiada Bronx High School of Science antes de se matricular no Bowdoin College.Ele é filho de Mahmood Mamdani, professor da Universidade de Columbia, e Mira Nair, cineasta indiana que já trabalhou em “Mississippi Masala” e “Casamento à Indiana”.Antes de sua campanha para prefeito, Mamdani ganhou as manchetes nacionais em 2021, quando se juntou aos taxistas de Nova York em uma greve de fome de 15 dias em busca diminuição de dívidas excessivas. Leia mais Projeção CNN: Democrata Abigail Spanberger é eleita governadora da Virgínia Boca de urna CNN: Eleitores americanos estão insatisfeitos com Trump Trump diz que judeus de Nova York que votam em Mamdani são “estúpidos” Ele também trabalhou como rapper sob o nome artístico de Mr. Cardamom, cantando sobre chapati, um pão indiano achatado, e como conselheiro de prevenção de execuções hipotecárias.Apesar de o presidente Donald Trump tê-lo chamado de “comunista”, o democrata insiste que sua mensagem transcende as linhas partidárias.A ascensão de Mamdani surpreendeu observadores políticos que antes avaliavam que o movimento dele era radical demais.Quais são as propostas de Zohran Mamdani?Mamdani quer congelar o aluguel de quase 1 milhão de nova-iorquinos que vivem em apartamentos com aluguel estabilizado e oferecer serviço gratuito de ônibus urbano, creches universais e supermercados subsidiados pela cidade.Ele afirmou que pagará por tudo isso aumentando os impostos dos mais ricos da cidade, embora tenha pouco poder para isso por meio da Prefeitura.Os impostos só podem ser aumentados ou reduzidos pelos legisladores estaduais com a aprovação do governador.A governadora democrata Kathy Hochul já jogou água fria na proposta, afirmando que a medida provavelmente levará mais nova-iorquinos a deixarem a cidade e se dirigirem para a Flórida e outros destinos com impostos mais baixos.Mamdani também propôs um imposto sobre os moradores mais ricos e um aumento na alíquota do imposto corporativo municipal para financiar suas ideias políticas.Entretanto, Mamdani precisaria da aprovação da Assembleia Legislativa do estado e do governador para qualquer aumento de impostos.Críticas a Zohran MamdaniCuomo e outros rivais de Mamdani criticaram a maneira como ele abordou o antissemitismo e a guerra entre Israel e o Hamas.O democrata acusou o governo israelense de realizar um genocídio na Faixa de Gaza e defendeu o uso do slogan “globalize a intifada” como um grito de guerra pelos direitos humanos palestinos durante uma entrevista ao The Bulwark.Mamdani disse acreditar que a frase se referia a “um desejo desesperado por igualdade e direitos iguais na defesa dos direitos humanos palestinos”, explicando que o Museu do Holocausto dos EUA usou uma palavra árabe semelhante que significa “revolta” para descrever a Revolta do Gueto de Varsóvia contra os nazistas.“Compartilhei minhas opiniões com os nova-iorquinos ao longo desta corrida, opiniões que sempre se voltam para a crença nos direitos humanos universais, o que significa enfrentar o antissemitismo e a islamofobia”, afirmou à CNN.A campanha dele propôs um aumento de 800% para o programa municipal de combate a crimes de ódio.Ainda assim, as críticas a esses comentários foram rápidas. Mamdani foi condenado pelo Museu do Holocausto e por alguns colegas democratas por usar uma frase que acreditam incentivar a violência contra judeus.Durante a campanha, ele suavizou essa retórica e fez um aceno aos judeus.“Espero ser prefeito de cada pessoa que chama esta cidade de lar, não apenas daqueles que votaram em mim nas primárias democratas, não apenas daqueles que votarem em mim nesta eleição geral, mas de todos os 8,5 milhões de nova-iorquinos – e isso inclui os nova-iorquinos judeus que possam ter preocupações ou oposição às posições que compartilhei sobre Israel e Palestina”, garantiu durante a disputa eleitoral.