O policial civil Sergio Monteiro Muniz, preso em flagrante por invadir e roubar uma residência na noite dessa terça-feira (4/11), afirmou que estava em uma diligência com outros dois comparsas contra tráfico de animais silvestres ao ser abordado pela Polícia Militar (PM). O caso aconteceu em Mauá, na região metropolitana de São Paulo.Segundo o boletim de ocorrência, dois policiais militares realizavam patrulhamento na região, quando receberam a denúncia de roubo à residência em andamento na Rua Eurípedes Gonçalves, no Jardim Itapeva. A equipe estava se deslocando ao local quando receberam a identificação do carro usado pelos criminosos, um veículo Nissan/March branco.Os agentes então encontraram o automóvel posteriormente, mas o veículo suspeito empreendeu em fuga. A PM realizou um breve acompanhamento, por cerca de dois minutos, até que o carro parou. Leia também São Paulo Câmera mostra casal rendido por quadrilha que tinha policial civil São Paulo Policial civil é preso por participar de roubo a casa em Mauá Mirelle Pinheiro Influencer compra distintivos e é investigada por fingir ser policial Brasil Falso policial civil é preso por agredir e estuprar garotas na Bahia Nesse momento, três homens desceram do carro dizendo serem policiais civis e, de acordo com o registro policial, “estavam relutantes em acatar as ordens”. Dois suspeitos, identificados como Rodolfo de Godoi Silva e William Nascimento, foram para trás do carro, enquanto Sergio Muniz, que estava mais resistente, continuou na lateral do veículo.Sergio estava armado, “sendo necessário o uso moderado da força para desarmá-lo”. Questionado, o policial civil contou que trabalha no 4° Distrito Policial de Mauá e que estava em diligência com os outros dois indivíduos, mesmo ele sendo o único policial. Também contou que o trio estava averiguando uma denúncia de tráfico de animais silvestres, mas não forneceu maiores detalhes ou qualquer comprovação.A arma encontrada com Sergio, uma Glock 9mm, pertence à Polícia Civil. O grupo negou portar mais armas, mas os agentes encontraram um revólver calibre 38 com numeração raspada, abandonado na via pública próximo ao local da abordagem. O carro do grupo estava com uma placa que não correspondia a outro veículo.Dentro do carro foram encontrados o aparelho celular roubado da casa invadida, uma câmera de segurança também subtraída da residência alvo do grupo, um televisor, duas toucas do tipo “ninja”, três bonés, o distintivo e a algema do policial Sergio, assim como uma caixa de encomenda com um uma etiqueta com o endereço da família roubada pelo trio.Outra equipe policial foi ao endereço da família roubada e acessou as filmagens de câmeras de segurança da casa. O veículo era o mesmo, assim como as vestimentas dos indivíduos Rodolfo de Godoi Silva e William Nascimento. Os três suspeitos, o veículo e os pertences encontrados no carro foram levados à delegacia.Os três foram presos em flagrante e a polícia pediu a conversão em preventiva. O caso foi registrado como roubo à residência, adulteração de sinal identificador de veículo automotor e usurpação de função pública e está sendo investigado pelo 1° Distrito Policial de Mauá.Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou o caso e disse que, por se tratar de um agente público, a ocorrência foi registrada na Corregedoria da Polícia Civil. Ainda segundo a pasta, os criminosos passarão por audiência de custódia ainda nesta quarta-feira (5/11).“Desvios de conduta não são tolerados, a Polícia Civil apura e pune com rigor todos aqueles que infringem a lei”, diz a nota da secretaria.“Aqui é polícia”Em depoimento à polícia, a mulher da família roubada contou que estava com o marido e os três filhos em casa, quando, por volta das 19h20, um indivíduo bateu em seu portão afirmando ter uma entrega de medicamento para um dos filhos dela.A mulher se afastou do portão para chamar o filho, deixando-o aberto. Nesse momento, o suspeito empurrou o portão, entrou na garagem e anunciou o assalto, apontando um revólver preto na direção da família. Um segundo suspeito também entrou no imóvel, enquanto um terceiro ficou no carro.Os dois assaltantes começaram a perguntar sobre um “motão”, se referindo à uma motocicleta de alta cilindrada da marca BMW de um dos filhos da mulher. O veículo não estava no local naquele momento. A vítima começou a passar mal, momento em que um dos suspeitos que estava com o filho dela disse: “Calma, calma que aqui é polícia” e abriu a jaqueta que vestia e mostrou a inscrição da Polícia Civil.No final do assalto, os criminosos exigiram os celular da mulher para que fosse apagado as imagens das câmeras de segurança do imóvel. Enquanto isso, o terceiro suspeito – que estava fora da casa – arrancou um dos equipamentos.Câmeras de segurança registraram o momento em que a quadrilha roubou uma casa no bairro Itapeva (veja acima).O marido da mulher estava no segundo andar da casa quando percebeu a ação dos criminosos pelas câmeras de segurança. Ele acionou a Polícia Militar (PM) e se abrigou com uma filha.A ação dos criminosos foi rápida. Porém, após 10 minutos, policiais militares apareceram na casa da família para informar que os suspeitos já tinham sido presos.