Prio (PRIO3) vê maior retorno em suas próprias ações e prepara retomada de recompra, diz CEO

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O CEO da Prio (PRIO3), Roberto Monteiro, afirmou nesta quarta-feira (5) em teleconferência de resultados que, no momento, não há nenhum investimento — no Brasil ou no exterior — que ofereça retorno superior ao potencial do próprio papel da companhia.“É uma questão de timing. Assim que a curva de alavancagem começar a cair, pretendemos voltar ao mercado para recomprar ações”, disse o executivo. “Temos caixa suficiente para fazer isso com conforto, mas é importante iniciar esse movimento apenas quando o indicador estiver em queda.”CONFIRA: Veja os ativos mais recomendados por grandes bancos e descubra como diversificar sua carteira com as escolhas favoritas do mercado; acesse gratuitamenteDe acordo com o CEO, após o fechamento da operação de Peregrino, a alavancagem deve atingir cerca de 2,3 vezes dívida líquida/Ebitda antes de começar a recuar. “Devemos atingir esse pico entre agora e fevereiro. Se não fizermos nenhuma recompra, chegaremos a 1 vez dívida líquida/Ebitda por volta da metade de 2027”, afirmou.A alavancagem encerrou o trimestre a 2,0x dívida líquida/Ebitda ajustado.Monteiro destacou ainda a posição financeira robusta da Prio. “Considerando o petróleo a US$ 60 o barril, mesmo sem novos investimentos, nosso caixa mínimo se mantém sempre acima de US$ 900 milhões. É uma posição bastante forte”, disse.O executivo acrescentou que, diante dessa solidez, a companhia tem duas alternativas: fusões e aquisições — que não serão prioridade nos próximos trimestres — ou o reinvestimento no próprio negócio. “Hoje, nossos projetos oferecem retornos muito superiores aos do passado”, afirmou.Trimestre desafiador, mas com avanços operacionaisO CEO também comentou o desempenho do terceiro trimestre, marcado por desafios no campo de Peregrino. “A primeira parada, em julho, já era programada. Mas a segunda, de 63 dias, ocorreu por uma questão regulatória — e esse foi o grande ponto negativo do trimestre”, disse.Apesar disso, ele destacou que o desempenho dos demais ativos — Frade, Albacora Leste e Tubarão Martelo — foi o melhor da história da companhia. “Os próximos seis a oito meses serão fundamentais, com muito foco no operacional. Fusões e aquisições continuam importantes, mas vão ficar em segundo plano”, afirmou.O executivo também projetou um aumento expressivo na produção da empresa nos próximos trimestres. “Vamos passar de 115 mil barris por dia para pouco mais de 150 mil com a entrada de Peregrino. Com Wahoo, chegaremos a cerca de 190 mil barris por dia, e, com o final de Peregrino, vamos superar os 200 mil”, disse.A Prio teve em outubro produção de 90 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d), alta de 26% na comparação mensal.“Nosso foco agora é totalmente operacional. Isso vai sustentar uma nova fase de crescimento e criação de valor para os acionistas”, disse o CEO.Prio no 3T25A Prio registrou um lucro líquido de US$ 91,7 milhões no terceiro trimestre (ex-IFRS 16), em um recuo de 44% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita total da companhia subiu 22%, a US$ 607,2 milhões, enquanto o Ebitda caiu 4%, a US$ 309,2 milhões – com margem de 55% (queda de 13 pp).O crescimento da receita ocorreu mesmo diante da queda de 13% no preço médio do Brent no período, reflexo do aumento de 26% na produção e de 36% nas vendas da companhia na comparação anual, destacou a empresa.O lifting cost da companhia subiu 77% em relação ao 3T24, explicado principalmente pela incorporação do campo de Peregrino e pelas paradas do ativo ao longo do período.Analistas seguiram recomendando a compra do papel, após a divulgação do balanço. O Bradesco BBI inclusive elevou o preço-alvo da Prio para R$ 62, ante R$ 56, ao incorporar o benefício fiscal decorrente do aumento de depreciação e amortização do campo Peregrino.O banco reforçou que a companhia permanece como sua top pick no setor, sustentada por menor custo de manutenção por barril entre as companhias sob cobertura, crescimento já contratado para 2026 e expectativa de geração robusta de caixa superior a US$ 2 bilhões a partir de 2027, com potencial para remuneração ao acionista e novas aquisições.Para a Genial Investimentos, a Prio tem dois catalisadores importantes se aproximando. O primeiro é a entrada em operação do campo de Wahoo, prevista para o primeiro trimestre de 2026, que deve trazer uma forte diluição dos custos operacionais.O segundo é a consolidação do controle integral de Peregrino, movimento que deve abrir espaço para a captura de sinergias e melhoria de margens a partir do segundo semestre do próximo ano.