Empresário brasileiro confirma que World pagava por quantia de íris escaneadas com a orbe

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A CPI da Íris, que investiga as ações da World (antiga Worldcoin) na cidade de São Paulo, chegou em um detalhamento grande sobre como funcionava na capital paulista a operação da organização fundada por Sam Altman. Isso foi conseguido por meio do depoimento de um empresário brasileiro contratado para promover a coleta da “prova de humanidade”, que é feita por meio de um escaneamento da íris, processamento dessa imagem e geração de um código binário — a World afirma que a imagem da íris não fica armazenada de nenhuma forma na orbe ou outros sistemas da companhia. Os vereadores ouviram o depoimento de Jovaneis Oscalices Neto, um empresário que recebeu 268 mil tokens da Worldcoin (WLD) para administrar unidades da operação da World no Brasil por meio da Ney Neto Produções Web3 e Eventos LTDA. Ele confirmou que recebia conforme o número de procedimentos feitos. A World ficou famosa pelo seu procedimento de fazer um escaneamento da íris dos olhos das pessoas e dar em troca um valor em tokens WLD. Isso é feito com uma orbe que parece um aparelho saído de um filme de ficção científica. A operação da empresa no Brasil foi interrompida após a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) determinar que a recompensa financeira não poderia mais ser dada. Na sequência, a Câmara de Vereadores aprovou a instauração de uma CPI para investigar o caso. Leia também: Worldcoin: “Registro da íris em blockchain deve ter meio funcional para exclusão”, diz especialistaEm entrevista ao Portal do Bitcoin, a empresa disse que a foto da íris é processada na orbe e deletada do aparelho e que por isso “compra da íris” é uma expressão errada. O processamento da imagem gera um código binário que pode ser usado pelas pessoas para provarem que são humanos e não robôs na internet. Jovaneis Neto abriu primeiro um ponto da operação no bairro do Sacomã em novembro do ano passado, com funcionamento até maio deste ano. Também abriu uma unidade perto da estação Jabaquara e outra no Tatuapé, mas ambas operaram muito pouco, por conta da ação da ANPD. Segundo o empresário, a remuneração da World vinha de duas formas. Uma parte fixa para cobrir despesas com funcionários, aluguel e reforma. E uma parte variável conforme a captação via orbe: “Os operadores recebiam uma quantia por pessoa verificada em cada uma das lojas. A soma delas é o que compunha o total a receber.”O valor de 268 mil tokens WLD, quantia recebida ao todo por Jovaneis Oscalices Net, poderia valer US$ 3,1 milhões de dólares (R$ 16,6 milhões) se tivesse sido recebida no momento de máximo valor do ativo: março do ano passado, quando a cotação chegou em US$ 11,74. Desde então, o WLD caiu 93,8% e hoje vale US$ 0,72. Na cotação atual, o total recebido pelo empresário seria de US$ 192 mil (R$ 1 milhão). A vereadora Janaina Paschoal (PP), presidente da CPI, ressaltou que o depoimento confirmou o fato da empresa pagar para contratados com base no número de pessoas que tiveram a íris escaneada e que esse é um fato importante. “Significa que essa amostragem, banco de dados, universo de pessoas escaneadas faz diferença para a Tools for Humanity. O produto fica mais valioso conforme a quantidade de pessoas que participaram do modelo e isso não foi aberto em momento algum para o público”, disse a vereadora. Veja abaixo o depoimento completo:Por que apenas comprar quando você pode multiplicar? Invista com o MB e ganhe até 11% de cashback em Bitcoin. Abra sua conta e aproveite o Super Cashback!O post Empresário brasileiro confirma que World pagava por quantia de íris escaneadas com a orbe apareceu primeiro em Portal do Bitcoin.