O integrante que impediu o fim do Helloween, segundo Michael Kiske

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Quem vê o Helloween hoje, com seus sete integrantes e celebrando 40 anos de estrada com turnê e o álbum recém-lançado “Giants & Monsters”, pode não imaginar o quanto a banda já sofreu em termos de problemas internos. Para Michael Kiske, cantor do período clássico que voltou em 2016, existe um integrante sem o qual o grupo não estaria ativo atualmente.Kiske conversou com o Blabbermouth a respeito do novo disco e vários outros assuntos relacionados. Durante a entrevista, o cantor foi lembrado de que, durante o período em que esteve fora, seu substituto — e atual colega —, Andi Deris, assumiu a função de principal compositor da banda.Michael concordou e cravou: “se ele não estivesse lá, a banda não teria existido”. O vocalista continuou:“Andi é um trabalhador. Ele é um leão, assim como seu signo astrológico. Ele toma o controle e diz: ‘temos que fazer isso, temos que fazer aquilo’. Ele é um líder natural e eu acho que era isso que a banda precisava naquela época.”Em seguida, destacou:“Eles [o Helloween com Andi] foram bem. Eles fizeram alguns ótimos discos, e agora eu posso ouvir essas coisas sem nenhum sentimento ruim. Eu posso realmente dizer que eu amo as coisas que eles fizeram. Não necessariamente todas as músicas — nunca é assim —, mas acho que eles foram muito bem.”Foto: Gustavo Diakov @xchicanoxO segredo de Andi DerisMichael Kiske também explicou o que, em sua visão, fez Andi Deris encaixar-se tão bem no Helloween. Ele acredita que o vocalista que o substituiu em 1994 não tentava ser como seu antecessor, o que é um acerto:“O que ajudou a banda? Não sei se você concorda comigo, mas – e não vou nomear nenhuma outra banda – é um erro quando você perde o cantor e pega um clone. Alguém que soa exatamente como o vocalista anterior. Faz você parecer uma banda cover. Nunca é bom.”O artista complementa:“Olhe para o Van Halen: eles tiveram Sammy Hagar entrando. Ele era perfeito, porque ele não era como David Lee Roth. Ele tinha seu próprio jeito. Qualquer banda que perde um cantor, nunca é uma boa escolha pegar alguém que soa como o cantor anterior. Vai ser um clone. Pegue alguém original. E isso funcionou com o Helloween. Andi tem seu próprio estilo de composição e é por isso que ainda estamos aqui hoje.”Falta de composiçõesSe Andi Deris salvou o Helloween por seu jeito único de cantar e compor, felizmente a banda não está dependendo das criações do próprio Michael Kiske. Assim como ocorreu no álbum homônimo de 2021, o cantor não trouxe nenhuma ideia sua para “Giants & Monsters”.Quem confirmou foi o baixista Markus Grosskopf em entrevista ao jornalista Igor Miranda, para a Rolling Stone Brasil:“Falamos que se ele tivesse algumas ideias, poderia apresentá-las, mas ele não as tinha. Disse que preferiu concentrar na performance das músicas que já existem. Um grande gesto de sua parte.”A ausência de composições de Kiske parece ser um sinal dos tempos mais tranquilos dentro do Helloween. O cantor não parece preocupado em não trazer sugestões — afinal, já tem gente demais para criar na banda, com material suficiente para mais um disco pronto, segundo o vocalista, que também afirmou trabalhar atualmente em canções que não são exatamente metal:“Eu acho que eu meio que disse: ‘não é preciso’. As coisas que estou compondo não são normalmente muito metal. São só canções. Tenho uma tendência a compor músicas que podem ser tocadas em um violão. Quando eu era mais jovem, era assim que a maioria das músicas dos primeiros discos surgiram, e eu ainda estava compondo canções de metal. Não é mais o caso.Pode ser que algo surja e eu pense que pode se encaixar, e eu devo apresentar a eles e ver se eles podem fazer algo com isso. Temos seis potenciais compositores nessa banda, e é por isso que nunca há escassez de material. Vou te dizer que nós já temos o próximo disco finalizado. Não em termos de gravação, mas as músicas estão todas lá. Eu fiquei realmente surpreso. Fiquei muito feliz quando vi o material chegando. Não há necessidade para que eu componha músicas. Eu poderia. Devo compor um dia, mas não preciso. Sempre temos canções demais, de qualquer forma.”Helloween no BrasilJá se sabe quando o Helloween voltará para o Brasil. O grupo trará a sua turnê de 40 anos em setembro de 2026, para shows em datas e locais ainda não especificados.A informação foi veiculada pela produtora Mercury Concerts nos telões do show do Guns N’ Roses no Allianz Parque, em São Paulo, no último dia 25 de outubro.Em entrevista a Igor Miranda publicada na Rolling Stone Brasil, o baixista Markus Grosskopf havia assegurado que a atual turnê passaria pelo Brasil no primeiro semestre de 2026, “entre março e abril”. O retorno ao país realmente ocorrerá, mas não no período especificado pelo membro fundador.Será a 13ª excursão nacional do Helloween, que segue tendo forte demanda por aqui — não à toa, nosso país é o quinto que mais recebeu seus shows, atrás somente da terra natal Alemanha, Estados Unidos, Japão e Espanha. O baixista reflete:“Os brasileiros sabem como mostrar suas emoções. Às vezes, os fãs daí cantam nossas músicas todos juntos no local do show antes mesmo de estarmos no palco! Ficamos arrepiados nos bastidores. Quando entramos no palco, alguns na plateia chegam a chorar. Então, se você tem tanta energia, você dá muita energia de volta, é claro.”Helloween em turnê de 40 anosHoje um septeto composto por Andi Deris (voz), Michael Kiske (voz), Michael Weikath (guitarra), Kai Hansen (guitarra e voz), Markus Grosskopf (baixo), Sascha Gerstner (guitarra) e Dani Löble (bateria), o Helloween deu início a uma turnê que celebra seu 40º aniversário. O giro também promove “Giants & Monsters”, seu álbum de estúdio mais recente, lançado em agosto último.O setlist trouxe uma série de músicas excluídas de turnês anteriores há algum tempo. A abertura já veio com “March of Time”, pedrada do clássico álbum “Keeper of the Seven Keys: Part 2” (1988) que não era tocada desde 2018, e “The King for a 1000 Years”, do disco “Keeper of the Seven Keys: The Legacy” (2005), fora do set desde 2011. A faixa-título de “Pink Bubbles Go Ape” (1991), surgida em formato acústico, não era executada desde 1993.Outras surpresas incluíram “Twilight of the Gods”, de “Keeper of the Seven Keys: Part 1” (1987), não tocada desde o ano do lançamento, e “In the Middle of a Heartbeat”, balada de “Master of the Rings” (1994), sem execuções desde 1996.Ao todo, 9 músicas foram resgatadas, além da estreia ao vivo de algumas das novas. Confira o setlist completo:March of Time (primeira vez desde 2018)The King for a 1000 Years (primeira vez desde 2011)Future WorldThis Is Tokyo (primeira vez ao vivo)We Burn (primeira vez desde 2016)Twilight of the Gods (primeira vez desde 1987)Ride the SkyInto the Sun (primeira vez ao vivo)Solo de bateriaHey Lord! (primeira vez desde 2004)Universe (Gravity for Hearts) (primeira vez ao vivo)Hell Was Made in Heaven (primeira vez desde 2014)I Want OutPink Bubbles Go Ape (acústico, primeira vez desde 1993)In the Middle of a Heartbeat (acústico, primeira vez desde 1996)A Tale That Wasn’t Right (trecho acústico antes da versão completa)PowerHeavy Metal (Is the Law)Halloween (primeira vez desde 2018)Eagle Fly FreeA Little Is a Little Too Much (primeira vez ao vivo)Dr. SteinKeeper of the Seven Keys (trecho)Quer receber novidades sobre música direto em seu WhatsApp? 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