Como montar uma carteira inteligente de ETFs? Veja dicasOs ETFs vêm se consolidando como uma das formas mais eficientes de investir em diferentes mercados sem precisar escolher ações individuais. Mas, mais do que chegar ao ETF “certo”, o que realmente diferencia um investidor bem-sucedido é a combinação desses produtos dentro da carteira.Um método eficiente para montar uma carteira de ETFs inteligente é a estratégia núcleo e satélite, que equilibra risco, retorno e diversificação, sem perder o foco no longo prazo.A ideia é criar um núcleo sólido e estável com ETFs amplos e de menor volatilidade. A partir disso, o portfólio pode ser complementado com posições satélites menores e mais táticas, com ETFs de maior potencial de valorização. Segundo Danilo Moreno, analista de ETFs da Investo, essa estrutura permite combinar o melhor dos dois mundos: estabilidade e crescimento.“O investidor mantém uma base principal de ETFs mais estáveis e amplos, como os de renda fixa ou índices globais, e adiciona posições menores em ETFs de maior risco ou temáticos para buscar retornos adicionais”, explica.Na prática, o núcleo serve como “âncora” da carteira, suavizando as oscilações do mercado. Já os satélites são as apostas táticas, que aumentam o potencial de retorno sem comprometer a estrutura de longo prazo.Como montar o núcleo da carteira de ETFs?O núcleo da carteira deve concentrar a maior parte dos recursos, segundo a Investo, em ETFs com foco em diversificação ampla e menor risco.Entre os exemplos citados pela gestora estão:WRLD11 — ETF global da Investo que dá exposição a mais de 9.000 empresas em 49 países.LFTB11 — ETF da renda fixa que combina Tesouro Selic com NTN-Bs longas.“O núcleo pode representar algo entre 70% e 80% da carteira, enquanto os satélites concentram o restante em estratégias mais específicas”, reforça Moreno.Posições satélite: busca por maior rentabilidadeA parcela de satélites do portfólio de ETFs é o espaço para o investidor buscar rendimento extra e explorar tendências setoriais, temáticas ou geográficas.É aqui que entram os ETFs de tecnologia, energia, commodities, criptomoedas ou países emergentes, que são ativos com maior potencial de retorno, mas também mais voláteis.Alguns exemplos citados pela Investo são:NUCL11 — voltado à energia nuclear e transição energética, capturando tendências globais de longo prazo.ARGE11 — expõe o investidor à bolsa da Argentina, que apresentou valorização expressiva após o recente ciclo de recuperação econômica.HODL11 — ETF de criptoativos, com exposição direta ao bitcoin, indicado para investidores que buscam retornos mais agressivos.A força da estratégia núcleo e satélite, portanto, está na combinação entre eficiência e simplicidade. Ela permite ao investidor acessar diferentes mercados, reduzir custos e maximizar a relação entre risco e retorno, aproveitando o potencial dos ETFs de forma estruturada.O segredo está em equilibrar o peso de cada ETF conforme o perfil do investidor. Quem tem perfil conservador pode concentrar o núcleo em renda fixa e exposição global, com satélites menores. Já perfis moderados e arrojados podem ampliar o espaço dos satélites para capturar ganhos mais expressivos.“O ponto central está em fazer uma alocação inteligente e equilibrada, aproveitando a diversificação que os ETFs oferecem. É possível buscar maior retorno sem precisar correr riscos desnecessários com um único ativo ou setor”, complementa Danilo Moreno.