A chefe do escritório da Agência da ONU para os Refugiados (Acnur), Maria Beatriz Nogueira, projetou o deslocamento forçado de 17 milhões de pessoas em função de eventos extremos até 2050 no território latino-americano. “Vivemos recorde de deslocamento involuntário (…) seja por conflitos armados ou efeitos de mudanças climáticas”, detalhou.O debate ocorreu nesta quarta-feira (5), no painel “O Impacto Territorial das Emergências Climáticas: Migrações, Deslocamentos e Vulnerabilidade”, no palco Justiça Climática e Sociobiodiversidade, durante o Summit Agenda SP+Verde. O evento é um aquecimento pré-COP30 que acontece na capital paulista, no Parque Villa-Lobos.Como exemplo dos movimentos já registrados, Maria Beatriz relembrou o episódio da catástrofe climática no Rio Grande do Sul, em maio de 2024. “Refugiados venezuelanos, que já tinham migrado, foram afetados por morarem em bairros vulneráveis e precisaram reconstruir tudo de novo. É uma crise humana que depende de quem você é, de onde você veio e como você vive na cidade”, analisou. Leia mais COP30: 70% das indústrias veem bioeconomia como essencial para o futuro Jatinhos e classe executiva podem ter imposto climático, propõe Brasil O plano de 5 “R”s do Brasil para salvar o planeta na COP30 Diante do mesmo tema, a Co-fundadora do Movimento União BR, Marcella Balthar, destacou a importância da assistência contínua nas regiões após os desastres ambientais. A organização liderada por ela conecta quem quer ajudar a quem precisa de auxílio. Na prática, a instituição tem a meta de construir 500 casas no Rio Grande do Sul.“As primeiras 116 serão entregues no início de 2026 e todas estarão fora da ‘mancha’, onde a água não chegou. E também foram projetadas em locais que não deixem a população isolada das cidades. É um trabalho que segue mesmo quando os holofotes se apagam”, contou Balthar.O consenso de solução para os problemas apontados entre os palestrantes do painel se resumiu à união de esforços, planejamentos e preparos governamentais.Para o Assessor de Planejamento Urbano e Regional da Subsecretaria de Desenvolvimento Urbano Governo de São Paulo, Eduardo Trani, o grande desafio é juntar municípios em regiões metropolitanas para conjunto de ações regionais que tenham respostas efetivas. “O planejamento preventivo precisa sair do âmbito nacional e estadual e chegar onde é aplicado: no governo municipal”, avaliou.Crise climática pode provocar nova extinção em massa, diz pesquisador