Um homem, de 31 anos, foi preso preventivamente pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) durante uma operação nacional, que foi coordenada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS), que tem como objetivo desarticular uma organização criminosa de alcance nacional especializada em invasões de sistemas informáticos, estelionatos eletrônicos, lavagem de dinheiro e comercialização ilícita de dados.A prisão ocorreu nessa terça-feira (4/11), em Planaltina, e o mandado foi cumprido por agentes da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC/DECOR/PCDF). Leia também Na Mira PCDF desmantela rede de tráfico e lavagem de dinheiro com empresas falsas Mirelle Pinheiro Brasiliense está entre os mortos em megaoperação do RJ; PCDF investiga Distrito Federal Atestados falsos: PCDF descobre esquema após denúncia de médica Na Mira PCDF busca casal que esfaqueou jovem autista em passarela de ônibus De acordo com a investigação, o alvo preso no DF era funcionário de uma empresa de tecnologia da informação e atuava como “insider”, ou seja, utilizava seu acesso profissional a sistemas bancários para extrair e vender dados sigilosos a outros integrantes do grupo criminoso.Além do mandado cumprido em Planaltina, a operação também realizou quatro mandados de prisão preventiva, sete de busca e apreensão, e ordens de bloqueio de contas bancárias e criptoativos em cidades do estado de São Paulo.EstruturaAs investigações apontaram que o grupo era estruturado de forma hierárquica e profissionalizada, operando como uma verdadeira “empresa criminosa”. Veja como funcionava:O “CEO”: residente em Barueri (SP), de 39 anos, era o líder e financiador do esquema, responsável por contratar programadores especializados para desenvolver ferramentas de invasão, APIs de dados e adquirir bancos de informações para revenda;O “insider”: localizado em Planaltina (DF), utilizava sua posição profissional legítima em uma empresa de TI para acessar bases de dados de instituições financeiras e fornecer informações sigilosas ao grupo, comprovando o acesso com imagens internas dos sistemas;Os fornecedores e gerentes: jovens entre 18 e 28 anos que atuavam na comercialização de APIs ilícitas, pagamentos em criptomoedas, recrutamento de hackers e manutenção de repositórios de dados roubados, incluindo bases da Serasa e informações de CNPJs, totalizando mais de 1,2 terabyte de dados subtraídos.OperaçãoEssa é a quarta fase da Operação Medici Umbra, que teve início a partir de fraudes eletrônicas cometidas contra médicos no Rio Grande do Sul. Nas fases anteriores, realizadas nos estados de São Paulo, Pará, Espírito Santo e Pernambuco, foram presos mais de 15 integrantes da organização, incluindo executores e programadores.Com base na análise de materiais apreendidos nas etapas anteriores, as equipes conseguiram escalar a cadeia hierárquica do grupo, identificando de forma inequívoca os líderes e principais fornecedores de dados ilícitos.