Quem nunca escutou a piada “o que é um ponto vermelho no céu?”? Nesse caso em específico, um buraco negro supermassivo. Com o auxílio do Telescópio Espacial James Webb, astrônomos identificaram o objeto existente desde o meio-dia cósmico, época ocorrida cerca de 4 bilhões de anos após o Big Bang. Leia também Ciência Buracos negros podem explicar mistério cósmico de 60 anos, diz estudo Ciência Estrela buraco negro: astrônomos detectam possível novo objeto cósmico Ciência Ciência observará explosão de buraco negro em 10 anos, calcula estudo Ciência Pela primeira vez, pesquisadores conseguem medir coroa de buraco negro O buraco negro é muito grande, tendo cerca de 100 vezes o tamanho do Sol. A descoberta pode ajudar no entendimento de como esse tipo de objeto se desenvolve com o passar do tempo. Os resultados da pesquisa foram publicados na última quinta-feira (30/10) na revista científica Astronomy & Astrophysics.Através do James Webb, que observa o Universo em luz infravermelha, os pesquisadores encontraram mais um ponto vermelho dos vários que o telescópio tem detectado. Por ser muito grande, o buraco negro foi batizado de BiRD, em abreviação de “Big Red Dot” (Grande Ponto Vermelho, na tradução em português).A luz dos buracos negros não é própria. Como “se alimentam” de muita matéria, o material e jatos excretados criam um objeto extremamente brilhante ao seu redor, o quasar. O núcleo luminoso pode ser visto a uma distância imensa da Terra.Ao estudar a região do quasar J1030+0524 (J1030), os pesquisadores identificaram o BiRD. Investigações anteriores com imagens de raio X não identificaram o buraco negro. Foi preciso o auxílio do James Webb para revelar a sua existência.“A partir das imagens calibradas, foi desenvolvido um catálogo das fontes presentes no campo. Foi aí que notamos o BiRD: um objeto brilhante, pontual, que, no entanto, não era uma estrela e não constava nos catálogos de raios X e rádio existentes”, revela a autora principal do estudo, Federica Loiacono, em comunicado.O que mais chamou a atenção dos cientistas foi o comportamento incomum do BiRD. Geralmente, quando estão “se alimentando”, buracos negros emitem muita radiação de raios X. No entanto, o objeto brilha apenas no infravermelho. A hipótese é que ele pode estar coberto por uma camada densa de gás e poeira, que bloqueia os raios X e deixa apenas a luz infravermelha passar.Além da descoberta do BiRD, o estudo pode dar mais pistas de como buracos negros supermassivos evoluíram ao longo do tempo. “O JWST abriu uma nova fronteira na astrofísica extragaláctica, revelando objetos cuja existência nem sequer suspeitávamos, e estamos apenas no começo desta aventura”, exalta Federica.Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!