Cláudio Castro se manifesta após voto de relatora pela cassação no TSE

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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), se manifestou nessa terça-feira (4/11), por meio de nota, após a relatora do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Isabel Gallotti, votar pela cassação e inelegibilidade dele em ação que investiga o suposto uso da máquina pública e contratações irregulares durante as eleições de 2022. O julgamento foi suspenso depois que o ministro Antonio Carlos Ferreira pediu vista.Castro afirma que o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) já havia considerado improcedentes as acusações referentes às eleições de 2022, por ausência de provas. Segundo ele, “não surgiu qualquer elemento novo que justifique a revisão das decisões já analisadas e confirmadas em duas instâncias”.Na nota, o governador reitera, ainda, o “pleno respeito ao Tribunal Superior Eleitoral e a todo o sistema de Justiça”, e se diz confiante de que “a verdade dos fatos e a correção do processo serão reconhecidas”.“O governador reafirma o seu compromisso com os mais de cinco milhões de fluminenses que lhe confiaram o voto e segue dedicado à gestão do Estado do Rio de Janeiro, com foco na segurança pública, no crescimento econômico e na melhoria da qualidade de vida da população”, destaca o comunicado. Leia também Brasil Relatora vota para cassar Castro e julgamento é suspenso no TSE Brasil Antes de julgamento no TSE, Castro diz confiar na Justiça Eleitoral Brasil MPF pede que Castro informe sobre uso de recurso federal em operação Brasil Cláudio Castro discute segurança pública com parlamentares em Brasília Julgamento suspensoO pronunciamento ocorreu após o ministro Antonio Carlos Ferreira, do TSE, pedir vista e suspender o julgamento de duas ações que podem cassar o mandato do governador. O caso foi iniciado nessa terça-feira (4/11), quando a relatora, ministra Isabel Gallotti, votou pela cassação e pela inelegibilidade de Cláudio Castro e do presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Rodrigo Bacellar (União Brasil).A ministra entendeu que ambos cometeram abuso de poder político ao “desvirtuar políticas públicas para fins eleitorais, com uso da máquina pública para benefício próprio”. O voto foi favorável ao pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE), que aponta irregularidades nas contratações da Fundação Ceperj e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) durante o ano eleitoral de 2022.De acordo com o MPE, cerca de 27,6 mil pessoas teriam sido contratadas de forma irregular por meio dos dois órgãos, com um gasto estimado em meio bilhão de reais. O vice-procurador-geral eleitoral, Alexandre Espinosa Bravo Barbosa, sustentou durante a sessão que as provas demonstram abuso de poder político e econômico, e pediu a cassação do diploma dos envolvidos, além de multa de R$ 100 mil.Já a defesa de Castro nega qualquer irregularidade. O advogado do governador, Fernando Neves, afirmou que “não há nada no processo indicando que irregularidades ocorreram” e questionou a ligação do chefe do Executivo com as contratações. Segundo ele, as testemunhas ouvidas no processo afirmaram que os contratos “não tinham finalidade eleitoral”.O julgamento foi pautado pela presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, dois dias após a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou 121 mortos no Rio. Com o pedido de vista, o processo deve ser retomado apenas em 2026, já que o prazo de devolução é de até 60 dias e o Judiciário entra em recesso em dezembro.