O raro guitarrista a conseguir um elogio recente de Ritchie Blackmore

Wait 5 sec.

Ritchie Blackmore não é conhecido por distribuir elogios facilmente. Dono de uma personalidade notoriamente difícil, o guitarrista, no entanto, costuma abrir uma rara exceção ao falar sobre Jeff Beck.Durante uma recente entrevista ao podcast Rock of Nations, o instrumentista descreveu Beck como um “grande guitarrista” que tinha um “jeito muito especial” e “inspirador” de tocar. Ainda, ressaltou que a morte do colega, em 2023, foi um “golpe”, especialmente por se tratar de alguém com hábitos tão saudáveis, e relembrou a personalidade insegura do falecido músico.Conforme transcrição do Blabbermouth, Blackmore disse: “Jeff era um grande guitarrista. A morte dele foi um golpe muito duro. Ele era vegetariano, não usava drogas nem nada do tipo. Fiquei muito chocado ao saber que ele morreu daquela forma. Foi terrível. Ele tinha um jeito muito especial de tocar, totalmente diferente de qualquer outra pessoa. Eu sempre costumava ir vê-lo tocar, porque o achava muito inspirador. E ele sempre se menosprezava. Eu perguntava: ‘como está o seu novo disco, Jeff?’. E ele respondia: ‘ah, é um monte de besteira’. Ele dizia isso sobre qualquer coisa que lançava. Estava sempre tentando alcançar algo que parecia não conseguir encontrar.”Durante outro bate-papo repercutido pelo American Songwriter no ano passado, Blackmore já havia mencionado a humildade de Beck. Segundo o líder do Rainbow, o guitarrista costumava receber elogios com muita modéstia:“Ele sabe como tocar uma nota. Sua alma vem através de seu timbre, assim como de suas notas. Toda vez que eu o digo isso ele responde: ‘Oh, Blackmore, vamos lá. Pare de falar besteira’. E eu retruco: ‘Jeff, você nunca consegue aceitar um elogio’. Um cara meio introvertido. Mas que músico natural e fantástico.”A amizade entre os guitarristas Ritchie Blackmore teve contato com a música de Jeff Beck pela primeira vez ainda na década de 1960, quando ouviu “Shapes of Things”, do Yardbirds, grupo do qual seu ídolo fez parte. Como compartilhado pelo American Songwriter, ele revelou sua reação à música:“Eu pensei: ‘Meu Deus, quem diabos é esse? Isso não deveria ser permitido. É bom demais’. Sou fã desde então. O Yardbirds estava muito à frente de todas as outras bandas. Eles eram fantásticos.”Já em uma entrevista de 1975 com o International Musician and Recording World, resgatada pela Classic Rock, Ritchie disse:“Sempre que assisto Beck, penso: ‘Como diabos ele está fazendo isso?’ Ecos de repente vêm do nada. Ele pode tocar uma passagem muito silenciosa sem sustentação e, no segundo seguinte, de repente, correm pelo braço com toda a sustentação saindo. Depois de tocar por um certo tempo, é bom poder pensar na guitarra. Eu sei que ele faz isso pela escolha das notas que toca. Alguns guitarristas tocam apenas o que as mãos querem tocar. Eles não tocam o que a cabeça quer tocar. Sua cabeça deve dizer às suas mãos para onde ir.”Sobre Jeff BeckNascido em 24 de junho de 1944, em Wallington, Surrey, na Inglaterra, Geoffrey Arnold Beck envolveu-se com a música inicialmente cantando em um coral de igreja. Ao conhecer o trabalho de outro revolucionário da guitarra, Les Paul, ficou impressionado e se apaixonou pelo instrumento. Porém, só começou a tocar mesmo na adolescência.No início da vida adulta, transitou por uma série de bandas em Londres. Em 1965 juntou-se ao Yardbirds na vaga deixada por Eric Clapton. Ficou apenas um ano, período em que a banda lançou seus maiores hits. A passagem acabou mal, já que ele foi demitido por constantemente não aparecer para os shows.Em 1967, foi a vez de arriscar-se como dono de banda: o Jeff Beck Group, com Rod Stewart nos vocais, Ronnie Wood no baixo e Micky Waller na bateria. Os primeiros álbuns do projeto, “Truth” (1968) e “Beck-Ola” (1969), são citados como fundamentais para o desenvolvimento do heavy metal. Foi considerado para substituir Syd Barrett no Pink Floyd, mas ninguém na banda teve coragem de convidá-lo.Com o fim da formação inicial de seu próprio grupo, montou o Beck, Bogert & Appice e seguiu trabalhando em carreira solo, além de uma nova configuração do Jeff Beck Group. Explorou não apenas as já conhecidas influências do blues e rock, como também da soul music, incluindo colaborações com Stevie Wonder.Na década de 1980, Beck restringiu seu trabalho a apenas algumas aparições em shows beneficentes. Retornou de vez com o álbum “Flash” e também se reuniu com Rod Stewart. A partir dos anos 1990, reduziu o ritmo de sua carreira, com idas e vindas e longos hiatos entre seus álbuns. Entre suas colaborações nas décadas de 1980 e 1990, estão registros com Mick Jagger, Jon Bon Jovi, Buddy Guy, Tina Turner, Seal, Duff McKagan, Brian May e ZZ Top.Seu último trabalho completo foi “18”, uma colaboração com o ator e também músico Johnny Depp. Saiu em julho de 2022 e reuniu majoritariamente covers de artistas como Beach Boys, Marvin Gaye e The Velvet Underground. Participou também de “Patient Number 9”, álbum de Ozzy Osbourne, gravando guitarra em duas músicas: a faixa-título e “A Thousand Shades”. Em janeiro de 2023, ele faleceu aos 78 anos de idade após contrair meningite bacteriana.Quer receber novidades sobre música direto em seu WhatsApp? Clique aqui!Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.O post O raro guitarrista a conseguir um elogio recente de Ritchie Blackmore apareceu primeiro em Igor Miranda.