Lula não descarta ir à Colômbia para Cúpula da Celac antes da COP30

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou, nesta terça-feira (4/11), que pode viajar à Colômbia nos próximos dias para participar da 4ª Cúpula Celac-União Europeia. O encontro está previsto para domingo (9/11) e segunda-feira (10/11), na cidade colombiana de Santa Marta. A agenda, porém, coincide com a da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), cuja abertura oficial está marcada para segunda.A informação foi dada durante entrevista para jornalistas estrangeiros em Belém (PA). Segundo auxiliares, existe a possibilidade de que o chefe do Executivo compareça ao evento, mas não há confirmação.O presidente afirmou que a cúpula deve discutir a mobilização militar dos Estados Unidos perto da Venezuela, e que teve a oportunidade de dizer ao presidente Donald Trump, durante reunião na Malásia em 26 de outubro, que a América Latina é uma “zona de paz”.“Só tem sentido a reunião da Celac nesse momento se a gente for discutir essa questão dos navios de guerra americanos aqui nos mares da América Latina. Eu tive a oportunidade de conversar com o presidente Trump sobre esse assunto, dizendo para ele que a América Latina é uma zona de paz. Aqui não proliferou armas nucleares. No caso do Brasil, é constitucional. […] Não precisamos de guerra aqui”, declarou.Segundo Lula, o envolvimento de forças armadas dos EUA na região “não é necessária”. “A polícia tem todo o direito de fazer o combate ao narcotráfico. Tem todo o direito e responsabilidade de fazer, e os americanos poderiam estar tentando ajudar esses países, não tentando ficar atirando contra esses países”, afirmou. Leia também Brasil Lula sugere a Trump comer maniçoba para “nunca mais ter mau humor” Brasil “Se eu fosse falso, esperaria a COP”, diz Lula sobre Margem Equatorial Brasil Lula defende PF na investigação de operação no Rio: “Houve matança” “Um problema político a gente não resolve com armas, resolve com diálogo. Eu me coloquei à disposição. Nós temos todo o interesse em ajudar. Nós não queremos conflito na América do Sul”, completou o titular do Planalto.Mesmo com a incerteza na agenda, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, publicou no X que o líder brasileiro estará na cúpula com União Europeia.“Agradeço ao presidente Lula, que neste momento tão difícil para a América Latina e o Caribe, decidiu que devemos nos encontrar em Santa Marta com a Europa. Chegou a hora da união. Obrigado. Nos encontraremos na COP30 para lutar por uma economia que nos afaste do colapso climático”, agradeceu Petro.Agradezco al presidente Lula, que en este,que es el momento más duro para Latinoamérica y el Caribe, decida que nos encontremos en Santa Marta con Europa.Es la hora de la unidadgracias.Nos veremos en al COP 30 para luchar por una economía que nos aleje del colapso… pic.twitter.com/iUDvfMv0kA— Gustavo Petro (@petrogustavo) November 4, 2025Inicialmente, a cúpula esperava os líderes dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) e dos 33 países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), mas o evento ameaça esvaziamentos depois da desistência de nomes como o da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, do chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, e do presidente da França, Emmanuel Macron.EUA X América LatinaDe acordo com agências internacionais, as ausências refletem preocupações em relação às recentes atitudes de Trump contra a Colômbia e a Venezuela.Desde agosto, os EUA realizam ofensivas navais e aéreas contra embarcações no Caribe e no Oceano Pacífico, sob a justificativa de combater o narcotráfico. As ações já resultaram em pelo menos 61 mortos.A escalada de tensões entre os dois países ocorre após o envio de navios de guerra, um submarino nuclear e caças norte-americanos para a costa venezuelana, sob o mesmo pretexto de combater o tráfico de entorpecentes. A imprensa internacional chegou a revelar que o republicano autorizou a CIA a realizar “ações letais” na Venezuela para enfraquecer o regime chavista.Em resposta, o governo de Nicolás Maduro acusa Trump de orquestrar uma “guerra multifacetada” para provocar uma “mudança de regime” e instalar um governo aliado.Em relação à Colômbia, os atritos entre EUA e Colômbia se intensificaram no fim de outubro, quando o presidente Gustavo Petro, o filho Nicolas Petro, a primeira-dama Verônica del Socorro e o ministro do Interior colombiano Armando Benedetti foram incluídos na lista do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), órgão vinculado ao Tesouro dos EUA.A sanção significa o impedimento de transações financeiras com cidadãos e empresas norte-americanas. Segundo o governo norte-americano, Petro tem envolvimento em atividades relacionadas ao tráfico internacional de drogas.