Entidades e representantes da sociedade civil apresentaram ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), preocupações sobre a atuação policial na megaoperação contra o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, na última semana. Foi realizada nesta quarta-feira (5/11) uma audiência, com entidades para tratar da megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão. O encontro durou cerca 2 horas 30 minutos. O ministro ouviu 29 pessoas, representantes de entidades que já estão nos autos da chamada ADPF das Favelas, que prevê a redução das violações em operações policiais em territórios do Rio de Janeiro.Veja a entrevista da deputada estadual Dani Monteiro (PSol-RJ) Na saída do encontro, as entidades afirmaram que todas tiveram espaço para falar e apresentar preocupações sobre a operação que deixou 121 mortos.Um dos pontos principais colocados pelos participantes foi o temor de as perícias serem realizadas em âmbito estadual. Como resposta, segundo relataram, Moraes se comprometeu a entrar em contato com o Ministério Público Federal (MPF). Leia também Mirelle Pinheiro Megaoperação no Rio: saiba quem eram os 115 suspeitos mortos Brasil Megaoperação no Rio: corpos de todos os mortos são liberados pelo IML São Paulo Quaest: após megaoperação, aprovação de Cláudio Castro sobe 10 pontos Brasil Megaoperação tem apoio de 55,2% e rejeição de 42,3%, diz AtlasIntel A deputada estadual pelo RJ Dani Monteiro (PSol) resaltou que “a questão da perícia é o grande ponto da apuração. O ministro ressaltou que isso foi amplamente debatido e que a PF atuará para identificação”, disse.“Atrelamos prioritariamente a questão das perícias, a garantia do funcionamento da polícia técnica e científica e a elucidação desses casos. Reforçamos também o descumprimento de alguns pontos da ADPF, especialmente a ausência de amparo, de socorro, e também o controle da atividade policial pelo Ministério Público ao longo do processo da operação na semana passada, uma mudança de postura por parte do Ministério Público que por ora esteve presente desde o início, segundo o relato do Executivo, na palavra do próprio PGR, não esteve”, afirmou a deputada.Barrados por MoraesMoraes divulgou uma decisão nessa terça-feira (4/11), impedindo que representantes de pessoas ou instituições condenadas criminalmente por participação em organização criminosa participassem da audiência convocada pelo Supremo.Reunião com CastroNa última segunda-feira (3/11), Moraes se reuniu com o governador do Rio de Janeiro (RJ), Cláudio Castro (PL), para saber mais detalhes sobre a operação que já é considerada a mais letal do Rio de Janeiro.Diferente do que dizem os movimentos de direitos humanos, Castro afirmou que houve total transparência no cumprimento da ADPF 635, e que um relatório com os detalhes será encaminhado ao STF, para comprovar.