Com presença de Lula, Celac deve emitir declaração de solidariedade à Venezuela

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alterou sua agenda internacional e agora participará da 4ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia, que ocorrerá nos dias 9 e 10 de novembro em Santa Marta, Colômbia. Sua presença, inicialmente não prevista, foi confirmada após discussões com o Itamaraty, que destacou a relevância do encontro para fortalecer o diálogo político entre a América Latina e a Europa.Com essa mudança, Lula deverá adiar compromissos que tinha agendados em Fernando de Noronha, onde participaria de um evento focado na agenda ambiental nos dias 8 e 9 de novembro.Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a viagem à Colômbia integra a estratégia do governo de ampliar a presença do Brasil em debates internacionais sobre clima, segurança e integração econômica — assuntos que também serão abordados na COP30, marcada para Belém em 2025. A expectativa é que a reunião da Celac ajude o Brasil a consolidar sua liderança regional e a atrair novos parceiros para projetos de desenvolvimento sustentável.Durante o evento, deverá ser emitido um comunicado conjunto da Celac sobre a situação na Venezuela. Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, disse nesta quarta-feira em Belém acreditar que uma declaração de solidariedade em favor da Venezuela não deve prejudicar as negociações com os Estados Unidos.A cúpula ocorrerá em um contexto de crescente presença militar dos EUA no Caribe e tensões políticas na região. A Venezuela, sob pressão e sanções internacionais, tem visto seu governo, liderado por Nicolás Maduro, acusar os EUA de intervencionismo e de buscar uma mudança de regime.Na semana passada, Lula afirmou: “A reunião da Celac só faz sentido agora se for para discutir a questão dos navios de guerra dos EUA”, durante uma conversa com jornalistas em Belém, antes da COP30. O presidente acrescentou que a Venezuela enfrenta um problema político que deve ser resolvido politicamente e recordou ter dito a Trump, em uma reunião recente, que “a América Latina é uma região de paz, não de guerra”.