A renomada diretora e roteirista Mira Nair, 68, é mãe de Zohran Mamdani, 34, o recém-eleito prefeito de Nova York e primeiro muçulmano a ocupar o cargo.Nair é uma das vozes mais influentes do cinema indiano contemporâneo, conhecida por retratar com sensibilidade temas como identidade, desigualdade, migração e exclusão social. Leia mais Aposta do Brasil para o Oscar, "O Agente Secreto" chega aos cinemas "Leva as ideias do Brasil", diz Kleber Mendonça sobre "O Agente Secreto" Morre aos 89 anos Diane Ladd, atriz indicada ao Oscar e mãe de Laura Dern Nascida em 1957, na cidade de Rourkela, no leste da Índia, Mira Nair estudou sociologia e recebeu uma bolsa de estudos para a Universidade Harvard, onde começou a se interessar por cinema documental. A estreia dela nos longas, “Salaam Bombay!” (1988), marcou sua consagração internacional.O filme, que mostra o cotidiano de crianças em situação de rua em Bombaim, recebeu o Caméra d’Or e o Prêmio do Público no Festival de Cannes, além de ser indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional e ao Bafta.Em entrevistas, Nair revelou que se inspirou na força das crianças retratadas no longa. “A atitude delas era de agarrar a vida e aproveitar; isso me impressiona e me inspira até hoje”, contou à Reuters.Em 2001, Nair dirigiu o sucesso “Casamento à Indiana” (Monsoon Wedding), que explora tradições e contradições da sociedade indiana. A produção venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza e foi indicada ao Globo de Ouro, Bafta e Critics Choice Awards.Entre outros filmes de destaque estão “Mississippi Masala” (1991), estrelado por Denzel Washington e Sarita Choudhury, que aborda tensões raciais e amor entre diferentes culturas; “Amelia” (2009), cinebiografia da aviadora Amelia Earhart, com Hilary Swank e Richard Gere; e “Queen of Katwe” (2016), da Disney, sobre uma jovem ugandense campeã de xadrez.Durante as filmagens de “Mississippi Masala”, Nair conheceu o antropólogo indiano Mahmood Mamdani, com quem se casou em 1991. O casal teve Zohran Mamdani, nascido em Uganda, onde a família viveu antes de se mudar para a África do Sul e, mais tarde, para os Estados Unidos.A cineasta é reconhecida também pela postura crítica e por usar o cinema como ferramenta de reflexão social. “Se não contarmos nossas próprias histórias, ninguém mais contará”, costuma repetir — um lema que passou ao filho. Em entrevistas, ela frequentemente denuncia a ignorância cultural do Ocidente em relação a outras realidades.Entenda as chances do Brasil ir ao Oscar 2026 com ‘O Agente Secreto’