APAEs vão acabar no Brasil? Entenda o que diz o novo decreto de Lula; em Mirandópolis, entidade realizou reunião pública

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Matéria: Diário do Comércio e Agora na Região / Foto: Eduardo MustafaUm novo decreto do governo federal reacendeu o debate sobre o futuro das APAEs (Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais) em todo o país. Publicado em 21 de outubro, o Decreto nº 12.686/2025, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra da Educação, Macaé Evaristo, redefine a Política Nacional de Educação Especial — e tem sido visto por especialistas e entidades como uma ameaça à continuidade dessas escolas.O texto determina que alunos com deficiência, transtorno do espectro autista (TEA) ou altas habilidades devem estudar exclusivamente em escolas comuns, com atendimento complementar especializado. Na prática, a medida acaba com a possibilidade de matrícula direta em escolas especiais, modelo adotado por milhares de famílias que dependem das APAEs.O decreto revoga o Decreto nº 7.611/2011, que reconhecia o papel das instituições especializadas dentro do sistema educacional. Agora, essas entidades passam a atuar apenas como centros de apoio pedagógico conveniados a secretarias de Educação, perdendo autonomia e repasses diretos.Para críticos, o texto impõe uma política de “inclusão total” — ideologia que, embora tenha discurso nobre, pode excluir justamente quem mais precisa de apoio, especialmente alunos com deficiências severas ou múltiplas, que encontram nas APAEs sua única chance de aprendizado e socialização.Encontro conduzido pela diretoria da APAE contou com a presença do prefeito e vereadores. Foto: Eduardo MustafaRISCO DE FECHAMENTOSegundo o artigo 19, o Ministério da Educação criará um Observatório da Educação Especial Inclusiva para monitorar escolas e políticas locais. Dirigentes temem que o dispositivo sirva como instrumento de fiscalização e pressão para o fechamento das instituições que não se enquadrem completamente no novo modelo.Além disso, o repasse de recursos federais fica condicionado ao cumprimento das novas diretrizes. Prefeitos e governadores que mantiverem escolas especiais poderão ser acusados de improbidade administrativa, conforme a Lei nº 14.230/2021.REAÇÃO DA ENTIDADEA Federação Nacional das APAEs (Apae Brasil) reagiu com veemência. Em nota divulgada em 24 de outubro, classificou o decreto como uma violação dos direitos das pessoas com deficiência intelectual e múltipla. “Não abriremos mão dessa conquista histórica do movimento”, afirmou o presidente da entidade, Jarbas Feldner de Barros. “Temos um público que não tem condições de estar na rede comum. Sempre trabalhamos para o fortalecimento das escolas especializadas e jamais concordaríamos com sua extinção.”A Apae Brasil informou que está tomando medidas jurídicas e políticas para tentar suspender o decreto, incluindo o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 845/2025, apresentado pelo senador Flávio Arns (PSB-PR). A federação também pretende se reunir com o Ministério da Educação para discutir mudanças no texto.Reunião foi realizada com a presença dos pais e funcionários da APAE de Mirandópolis, assim como da população. Foto: Eduardo MustafaAPAE DE MIRANDÓPOLISA APAE de Mirandópolis realizou, na noite de segunda-feira (3/11), uma reunião pública na Câmara Municipal com o objetivo de esclarecer dúvidas e discutir questões relacionadas às demandas da instituição e das famílias atendidas.O encontro foi conduzido pela diretoria da entidade, sob o comando do presidente Vagner Antônio e da diretora Renata Mustafa, e contou com a presença do prefeito Grampola Pantaleão e de vereadores do município, que acompanharam as discussões.Durante a reunião, foram abordados temas de grande relevância para a APAE, especialmente os desafios enfrentados na manutenção dos atendimentos e a necessidade de maior apoio do poder público e da sociedade.Em seu pronunciamento, Renata destacou a importância do diálogo e da união entre famílias, autoridades e representantes políticos para garantir o fortalecimento da instituição. “Foi uma reunião muito importante para esclarecer um tema tão sensível para os pais e responsáveis que estavam presentes. Também aproveitamos para pedir o apoio das autoridades locais — prefeito e vereadores — para que cobrem respaldo dos deputados que representam seus partidos em São Paulo e Brasília. A APAE precisa desse olhar mais atento e comprometido com a causa das pessoas com deficiência”, afirmou Renata.O post APAEs vão acabar no Brasil? Entenda o que diz o novo decreto de Lula; em Mirandópolis, entidade realizou reunião pública apareceu primeiro em AGORA NA REGIÃO.