O ano de 2025 está repleto de grandes lançamentos, mas podemos colocar Call of Duty Black Ops 7 como um dos mais aguardados por vários motivos. Seja pelo confronto com títulos como Battlefield 6 ou pelas polêmicas envolvendo a Microsoft, bem como o prestígio da franquia, o título está nos holofotes.Expandindo a experiência que vimos no jogo do ano passado, Black Ops 7 é uma superprodução da Activision com toda a pompa e grana da Microsoft. O título inclui uma campanha cooperativa, que também pode ser jogada em solo, um modo zumbis carregado de conteúdo e o tradicional multiplayer.Enquanto para muitos jogadores o multiplayer de COD é o grande atrativo, infelizmente não conseguimos testar essa parte do game para a review — apenas durante o beta, que mostrou um gameplay mais ágil, porém similar com o que já conhecemos. No entanto, todo o restante do game me surpreendeu bastante, tanto positiva quanto negativamente.Durante o período de pré-lançamento do jogo, a Activision liberou a parte “single-player” do game antecipadamente para o Voxel — o que inclui a campanha, o modo zumbis tradicional e o Dead Ops Arcade 4. Em dois dias, consegui testar toda essa parte do game e trago aqui as impressões na review completa, feita com a versão de PC.Campanha traz o Call of Duty mais Resident Evil que eu já viCall of Duty Black Ops 7 foi apresentado no maior evento da Xbox do ano, durante a Summer Game Fest, com um trailer marcante. Trazendo Milo Ventimiglia como o protagonista David Mason, a prévia prometia a campanha mais “alucinante” de COD já feita.Os teasers iniciais mostravam cenários distorcidos e um ambientação futurista, no ano de 2035, incluindo robôs e armamentos como um manto de invisibilidade e habilidades como saltos gigantes. Tudo isso acompanhado de uma nova facção para vilanizar a história, a misteriosa e tecnológica Guilda.Acompanhando o marketing do jogo, confesso que esperava algo na linha de Advanced Warfare para a história. No entanto, a campanha foge tanto do fantasma das discussões políticas que fica mais próximo dos jogos da franquia Resident Evil que de outros concorrentes diretos, como Battlefield 6.A história aposta em nostalgia, ação frenética e zumbis.A história coloca quatro soldados do grupo JSOC para investigar o retorno do vilão Menendez, de Call of Duty Black Ops 2. No entanto, eles descobrem que tudo é um plano da Guilda, liderada pela CEO Emma Kagan, que está desenvolvendo uma nova arma química que usa o medo para controlar pessoas.A narrativa está amplamente conectada com Black Ops 2 e 6, mas claramente visa ser um novo ponto de partida para a franquia. Além disso, apesar da ambientação futurística, a história foge bastante desse tema, apostando em uma abordagem mais sobrenatural e que está longe dos padrões tradicionais da campanha, mas sem deixar de lado o clima de blockbuster.Resident Evil e Left 4 Dead encontram CODA campanha cooperativa é composta por 12 missões, incluindo o Endgame, que vamos abordar com mais calma depois. Durante a jornada, que pode ser jogada em até quatro pessoas, controlamos quatro personagens:David “Section” Mason, interpretado por Milo Ventimiglia e dublado por Guilherme Briggs, o filho de Alex Mason.Eric Samuels, que é interpretado pelo dublador John Eric Bentley, é o membro silencioso e analista do time.Leilani “50/50” Tupuola, interpretada por Frankie Adams, de Moana e The Expanse, que é uma soldado com implantes cibernéticos.Mike Harper, o casca-grossa da equipe que ganha vida na interpretação de Michael Rooker, de filmes como Guardiões da Galáxia.Os quatro membros do esquadrão não contam com habilidades especiais únicas ou algo do tipo, apenas trazem skins mostrando que a Activision tem grana pra contratar atores famosos. Ou seja, independente de quem você escolher, ou se jogar sozinho, a skin não importa em nada.Atriz que estará no live-action de Moana é uma das estrelas do elenco de COD.Na parte do gameplay, a campanha traz um pique de Left 4 Dead e pitadas de Resident Evil, mas com a ação frenética de COD — o que me surpreendeu bastante. Graças ao tom conspiracionista trazido pela arma química que envolve medo, o jogador passa mais tempo enfrentando zumbis, monstros e criaturas corrompidas que propriamente soldados.A campanha traz um pique de Left 4 Dead e pitadas de Resident Evil, mas com a ação frenética de CODA progressão das missões também inclui alguns puzzles, como hackear sistemas ou destruir vidros de plasma para abrir portas, além de enfrentar chefes que vão desde inimigos com tecnologia até monstros que lembram muito Resident Evil.No entanto, o grande destaque fica para o gameplay ágil e já tradicional de Call of Duty. O jogo segue com seu ritmo frenético, que é impulsionado por um sistema de habilidades especiais.O novo COD traz câmera em terceira pessoa, tiroteios contra zumbis e chefes gigantes. O jogador pode usar saltos gigantes, manto de invisibilidade e até um gancho, que é ótimo para locomoção em fases mais abertas. O gunplay também continua viciante, com todo o progresso e skins compartilhadas com o multiplayer.Black Ops 7 também brilha com seu tom cinematográfico, principalmente em missões mais lineares. A minha favorita na jornada foi Disrupção, que se começa no icônico barco de Black Ops 2 e traz sequências de ação no Japão.Na parte técnica, o jogo também não deixa a desejar. O título chega com um pacote completo de tecnologias no PC e rodou liso na RTX 5080 por aqui. Enquanto o visual não se sobressai, a trilha sonora está impecável, garantindo um clima de filme blockbuster para o game. Terceira pessoa, mapa aberto e 100% onlineA campanha cooperativa também consolida o mundo aberto e o uso de terceira pessoa em Call of Duty. As missões que se passam em Avalon colocam o jogador para explorar ambientes com inimigos, aviões e zumbis em diferentes pontos.Para facilitar a locomoção, é possível utilizar carros ou itens que ajudam a garantir movimentos ágeis, como um Wingsuit, o gancho e uma habilidade de teletransporte. Alguns deles também são ótimas adições no gameplay, permitindo fazer abates diferenciados ou fugir de hordas de inimigos.Black Ops 7 traz um wingsuit para explorar mapa aberto.A maior mudança estrutural, no entanto, é a canonização do modo em terceira pessoa. Toda a campanha pode ser jogada com câmera em cima do ombro — a troca pode ser realizada a qualquer momento no menu.Toda a campanha pode ser jogada com câmera em terceira pessoa. Apesar de a opção ser interessante para as missões em mapas mais abertos, o modo de terceira pessoa claramente recebeu menos apreço dos estúdios envolvidos em Black Ops 7. Enquanto a visão de FPS é bastante cinematográfica e imersiva, a opção em terceira pessoa ocasionalmente apresenta bugs ou movimentos estranhos.Problemas da campanhaNo entanto, o maior problema da campanha é, justamente, o fato dela ser cooperativa. Você simplesmente não pode pausar ou abandonar as missões, que precisam estar conectadas com a internet. Durante meus testes, por exemplo, o jogo reiniciou e tive que começar de novo uma missão, mesmo após bastante tempo de gameplay.Outro ponto que chega a ser cômico é a ausência de bots ao jogar sozinho. Quando você não tem parceiros de esquadrão e joga no modo solo, nenhum outro membro da JSOC aparece no gameplay.Enquanto isso não atrapalha no balanceamento da jogabilidade, a ausência de bots deixa o protagonista "falando sozinho" durante todo a campanha. A presença dos bots também poderia criar dinâmicas interessantes na hora do combate, como acontece em Battlefield 6, mas isso não acontece em BO7.Por fim, os problemas crônicos de Call of Duty também seguem presentes, como interfaces repletas de itens e múltiplas reinicializações no PC. Ainda assim, a campanha acaba divertindo ao trazer algo que foge bastante da proposta de concorrentes como Battlefield 6, garantindo uma alternativa mais lúdica para quem curte tiro em primeira pessoa.Quanto tempo dura a campanha? Entenda o “Endgame”As 11 missões da campanha de Black Ops 7 podem ser completadas em aproximadamente 10 horas jogando sozinho. O tempo pode variar de acordo com o número de pessoas no esquadrão, já que alguns dos puzzles de área podem ser resolvidos com mais agilidade com múltiplos jogadores.No entanto, mostrando que nada escapa do “live service”, a campanha também conta com uma missão final de “Endgame”, que coloca o esquadrão de jogadores no mapa de mundo aberto de Avalon. A equipe pode realizar diversas missões pelo mapa, como coletar itens de inteligência, e deixar o local em um ponto de extração.No fim, a campanha basicamente vira um shooter de extração.Com isso, o modo basicamente vira um shooter de extração, que usa a base da campanha coop. Ou seja, o jogador pode usar as mesmas habilidades especiais e armas para enfrentar soldados da Guilda e, claro, zumbis.Após o fim da campanha, uma missão de Fim de Jogo em mundo aberto é liberada. Durante os testes que fiz por aqui, ocasionalmente as missões envolvem enfrentar zumbis com roupas tecnológicas e armamento pesado. Além disso, para extrair, você também precisa abater mortos-vivos ou soldados corrompidos para conseguir deixar o campo de batalha.No fim das contas, a campanha de Black Ops 7, do início ao fim, deixa de lado o cenário de guerra e dobra a aposta nos zumbis. A decisão pode ser bastante divisiva, mas, se você já era fã dessa abordagem, com certeza vai se divertir com esse direcionamento.Ao que tudo indica, a campanha seguirá recebendo novos conteúdos por meio do Endgame (Fim de Jogo em português). E como Battlefield 6 está dominando o mercado de games de guerra realistas, a Activision claramente quer abocanhar os jogadores que buscam por experiência mais lúdicas, mas não querem Fortnite.Modo zumbis traz mapa grande e gameplay variadoAlém da campanha cheia de mortos-vivos, Call of Duty Black Ops 7 também conta com o modo dedicado para zumbis. A estrutura por rodadas está de volta, agora dividida em três modos principais no lançamento: Padrão, Sobrevivência e Dead Ops Arcade 4.Todos os três modos podem ser aproveitados tanto no modo solo quanto em esquadrões, além da possibilidade de pausar o jogo no single-player. No entanto, existem algumas peculiaridades que os diferenciam.No lançamento, o modo Sobrevivência se passa na fazenda Vandorn e traz rodadas com objetivos em um mapa compacto e com a possibilidade de extração. Já o Padrão conta com o mapa Cinza dos Condenados, o maior do modo, incluindo diversos objetivos, power-ups, easter eggs e até veículos.Para quem curte o modo zumbis, a oferta deste ano está bem completa e dentro dos padrões esperados. Além disso, a Activision já confirmou que múltiplos mapas e novidades estão chegando futuramente, garantindo conteúdo para quem está disposto a jogar no Game Pass ou pagar preço cheio — pelo menos até ano que vem, quando um novo título da franquia deve chegar.Dead Ops Arcade é diferente e variadoDead Ops Arcade 4 traz gameplay diferenciado para COD.O modo zumbis também conta com o modo Dead Ops Arcade 4, que é uma surpresa interessante e cheia de variedade. Um clássico da franquia, o modo pode ser jogado com câmera de cima e armas poderosas para matar hordas de zumbis.Com bastante humor, o modo se destaca por trazer bastante variedade, seja em seus cenários, armas ou gameplay. Um dos minigames, por exemplo, transforma o modo em um jogo de novinha, onde você controla um helicóptero e precisa coletar tesouros.Minigame transforma Call of Duty em jogo de navinha.A principal novidade, no entanto, é o suporte para primeira pessoa. O novo Dead Ops Arcade pode ser jogado como FPS, mas mantendo as características extravagantes do modo, e a ideia funciona muito bem.O gameplay em primeira pessoa e com armas poderosas faz o modo parecer um boomer shooter, no estilo de DOOM, ao ser jogado em primeira pessoa. Para quem curte o Zombies em rodadas e busca uma abordagem diferente, vale a pena conferir o modo, que possivelmente não deve receber tanta atenção pós-lançamento quanto o resto do jogo.Dead Ops em primeira pessoa traz vibe de DOOM para Call of Duty.Vale a pena?Em um ano repleto de shooters de sucesso, como Battlefield 6 e ARC Raiders, Call of Duty Black Ops 7 dobra a aposta nos zumbis e no esoterismo para se destacar. O jogo traz refinamentos em sua fórmula e expande o que vimos em BO6 com ainda mais conteúdo, mas sem resolver alguns problemas.A experiência de abrir o jogo e tomar várias telas de reinicialização na cara ainda existe. Além disso, você também não pode pausar a nova campanha cooperativa, que é 100% online e não traz checkpoints dentro das missões, acarretando em progresso perdido se o jogo fechar.Por outro lado, temos aqui o Call of Duty mais interconectado entre os modos campanha, zumbis e multiplayer, com uma progressão única e bastante coerência em sua proposta. Se você já gostava das maluquices envolvendo mortos-vivos, com certeza vai se sentir em casa em Black Ops 7 — uma skin de Leon, de Resident Evil, nunca fez tanto sentido e merece acontecer no game.No entanto, se você esperava uma abordagem de guerra futurista e mais pé no chão, o novo Call of Duty definitivamente não é para você. Em um ano onde a pista está salgada, a Activision resolveu “jogar no certo” e agradar quem ainda está apoiando a franquia — e, olhando por esse lado, o game cumpre seu papel, mesmo com o cansaço da série. No fim das contas, Call of Duty Black Ops 7 não é um jogo de guerra, ficando mais próximo de Fortnite que de Battlefield 6. Ainda assim, se você comprar a ideia do game e curtir suas viagens, pode garantir diversão com os amigos, principalmente se rolar um fim de semana gratuito ou via Game Pass.Nota: 75Pontos PositivosCampanha com atmosfera única que lembra jogos como Resident Evil e Left 4 Dead.Gameplay ágil, frenético e repleto de habilidades especiais divertidas.Modo zumbis variado e com mapas grandes, além de modo single-player.Dead Ops Arcade 4 surpreendentemente variado e divertido, com suporte a primeira pessoa.Progressão interconectada entre campanha, zumbis e multiplayer.Pontos NegativosCampanha 100% online sem possibilidade de pausar.Modo em terceira pessoa com menos polimento e bugs ocasionais.Problemas crônicos que ainda persistem.Decisão narrativa que deixa de lado o cenário de guerra tradicional.Call of Duty Black Ops 7 está disponível para jogar no PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series S e X, chegando direto no Xbox Game Pass. Uma cópia de PC foi cedida pela Activision para a realização da review.