O corpo humano possui cinco sentidos básicos: audição, visão, tato, paladar e olfato. Ainda há também o “sexto sentido”, expressão popular relacionada à capacidade de intuição e previsão humana. E a lista pode ficar ainda maior após uma descoberta feita por pesquisadores britânicos. Leia também Ciência Prodígio: adolescente cria mão robótica a partir de peças de Lego Saúde Intuição dos pais supera sinais vitais para prever doenças em crianças Vida & Estilo Sonhos premonitórios: como diferenciar intuição e “coincidências” Ciência Plantas podem ver e ouvir? Biólogos contam quantos sentidos elas têm De acordo com um novo estudo, seres humanos também são capazes de identificar a presença de objetos antes de pegá-los fisicamente, o chamado “tato remoto”. A pesquisa liderada pela Queen Mary University of London e da University College London, ambas no Reino Unido, foi publicada em meados de outubro nos anais da Conferência Internacional de Desenvolvimento e Aprendizagem (ICDL).Esse atributo é bastante visto em algumas aves costeiras, que utilizam o tato remoto para encontrar presas escondidas sob a areia. A descoberta mais recente desafia a afirmativa de que o tato humano é limitado apenas ao toque físico. É a primeira vez que a característica é observada em humanos e não apenas em animais.Testes do sétimo sentido humanoPara investigar se a capacidade de aves e humanos era parecida, voluntários do estudo tinham que encontrar um cubo escondido em uma superfície arenosa através de movimentos suaves do dedo. A localização deveria acontecer antes de tocá-lo fisicamente.Segundo os resultados, os humanos também têm uma habilidade semelhante à das aves, mesmo não tendo as estruturas específicas do animal para a tarefa. Os pesquisadores ressaltam que a mão humana percebe a presença de objetos através de deslocamentos mínimos da areia ao redor deles.Em comparação com um sensor tátil robótico, o desempenho humano teve precisão de 70,7%. Já o robô até conseguia achar objetos a distâncias um pouco maiores, mas muitas vezes os resultados eram falsos positivos, gerando um precisão geral de 40%.“É a primeira vez que o toque remoto é estudado em humanos, e isso muda nossa concepção do mundo perceptivo em seres vivos, incluindo humanos”, exalta uma das autoras do artigo, Elisabetta Versace, em comunicado.Aplicações do tato remotoDe acordo com os pesquisadores, a descoberta possibilita o desenvolvimento de novas ferramentas e tecnologias para ampliar a percepção tátil humana. As informações também podem orientar a criação de robôs mais preparados para explorações delicadas, como localização de artefatos arqueológicos sem danificá-los, e investigações em ambientes complicados, como o fundo do mar ou solo marciano.“O que torna esta pesquisa particularmente empolgante é a forma como os estudos com humanos e robôs se influenciaram mutuamente. Os experimentos com humanos guiaram a abordagem de aprendizado do robô, e o desempenho da máquina forneceu novas perspectivas para a interpretação dos dados humanos”, finaliza o coautor do artigo, Lorenzo Jamone.Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!