Eleições no Chile: Conheça os candidatos à Presidência

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O Chile realiza neste domingo (16) a eleição presidencial, com o crime sendo a principal preocupação dos chilenos, de acordo com pesquisas recentes.O pleito colocará oito candidatos na disputa do primeiro turno. São eles:Franco Parisi FernandezJeannette Jara RomanMarco Antonio Enriquez-Ominami GumucioJohannes Kaiser Barents-Von HohenhagenJose Antonio Kast RistEduardo Antonio Artes BrichettiEvelyn Matthei FornetHarold Mayne-Nicholls SeculEntretanto, quatro candidatos estão à frente nas pesquisas, podendo levar a eleição para um segundo turno, que, se necessário, será realizado em 14 de dezembro.Saiba mais sobre os principais candidatos da eleição presidencial do Chile abaixo. Leia Mais: Eleição presidencial no Chile tem como foco crimes, imigração e gangues Candidata de esquerda encerra campanha presidencial no Chile Candidato de ultradireita do Chile diz que terá sorte em 3ª vez concorrendo Jeannette JaraCandidata de esquerda à Presidência do Chile, Jeannette Jara, posa para foto durante entrevista à Reuters em Santiago 18/07/2025 • REUTERS/Pablo SanhuezaJeannette Jara, de 51 anos, é da coalizão governamental. Ela é a primeira candidata comunista no Chile desde o retorno da democracia ao país e entra na eleição presidencial como favorita na maioria das pesquisas de opinião.Ao longo de sua campanha, Jara prometeu aprofundar as reformas sociais, fortalecer a segurança pública sem recorrer à militarização e combater o crime organizado e o narcotráfico.Ela prometeu manter as políticas de bem-estar social implementadas durante o governo do presidente Gabriel Boric, ao mesmo tempo expandindo as pensões e melhorando o acesso à moradia popular.Jara cresceu em um bairro operário da capital chilena, Santiago, e é a mais velha de cinco irmãos.Aos 14 anos, ingressou na Juventude Comunista e se destacou como uma importante líder estudantil e social. Ela foi a primeira de sua família a se formar na universidade, obtendo um diploma em Administração Pública pela Universidade de Santiago e, posteriormente, estudando Direito na Universidade Central do Chile.Durante o segundo mandato da ex-presidente Michelle Bachelet, Jara atuou como Subsecretária de Seguridade Social (2016–2018).Ela retornou ao governo em 2022 como Ministra do Trabalho e Previdência Social, sob a presidência de Boric, onde implementou reformas históricas: uma reforma previdenciária que estava paralisada há muito tempo, a redução da jornada de trabalho de 45 para 40 horas semanais e o aumento do salário mínimo de US$ 350 para US$ 530, um dos mais altos da América Latina.Jara deixou o cargo ministerial para lançar sua candidatura à Presidência, vencendo as primárias da coalizão governista com 60% dos votos.Desde então, ela tem buscado se distanciar da retórica radical, posicionando-se como uma esquerdista pragmática focada em segurança e equidade social.Se eleita, ela se tornaria a primeira presidente comunista do Chile na era democrática.José Antonio KastCandidato presidencial José Antonio Kast discursa durante o evento de encerramento da campanha presidencial realizado na Movistar Arena • Cristobal Basaure Araya/SOPA Images/LightRocket via Getty ImagesO candidato de ultradireita José Antonio Kast, que já concorreu duas vezes à Presidência do Chile, está conseguindo recuperação nas pesquisas com uma plataforma de linha dura contra o crime, aparecendo em segundo lugar nos levantamentos.Após uma campanha presidencial em 2017 na qual obteve apenas 8% dos votos, Kast chegou ao segundo turno em 2021, mas perdeu para o atual presidente de esquerda, Gabriel Boric.Descendente de imigrantes alemães que chegaram ao Chile na década de 1950, Kast pertenceu anteriormente ao partido de direita União Democrática Independente e foi deputado pelo Distrito 30 de 2002 a 2014. Posteriormente, o advogado e político representou o Distrito 24 de 2014 a 2018.Para esta campanha, ele moderou seu discurso, evitando temas polêmicos como o apoio anterior à ditadura de Augusto Pinochet, e se concentrou em temas de lei e ordem.A plataforma política de Kast, que inclui medidas sobre imigração mais rigorosas e propostas como a construção de uma vala para conter a entrada ilegal no país, tem sido comparada à de figuras como Donald Trump e Jair Bolsonaro (PL).Seu estilo de comunicação direto e seu conservadorismo ferrenho têm reforçado sua popularidade entre os eleitores de direita do Chile.Johannes KaiserJohannes Kaiser, candidato à Presidência do Chile • Facebook/Johannes KaiserJohannes Kaiser, congressista libertário de 49 anos e ex-comentarista de YouTube, conseguiu subir para o terceiro lugar nas pesquisas eleitorais do Chile, posicionando-se como uma força disruptiva na reta final antes da votação.Kaiser nasceu em Santiago, capital do Chile. Estudou Direito na Universidade Finis Terrae, em Santiago, e posteriormente frequentou a Universidade de Heidelberg, na Alemanha, mas não se formou em nenhuma das duas.Trabalhou em diversas funções na Áustria, incluindo operário da construção civil, garçom, vendedor de carros e jornalista esportivo freelancer.Legislador desde 2022, Kaiser ganhou destaque inicialmente por meio de seu canal no YouTube, onde criticava reformas progressistas e defendia os princípios do livre mercado.Ele fundou o Partido Nacional Libertário em 2024, após deixar o Partido Republicano, de José Antonio Kast, e construiu sua campanha em posições intransigentes, rejeitando o multilateralismo, prometendo retirar o Chile de acordos como o de Escazú sobre o meio ambiente, a Agenda 2030 da ONU e a Corte Interamericana de Direitos Humanos.Pesquisas recentes mostram Kaiser entre 14 e 15% das intenções de voto, atrás de Kast e da favorita de esquerda Jeannette Jara, mas à frente da conservadora moderada Evelyn Matthei. Sua ascensão abalou o tradicional bloco de direita do Chile.Com as pesquisas se acirrando e o voto obrigatório em vigor pela primeira vez desde 2012, a ascensão tardia de Kaiser pode remodelar o cenário conservador e complicar o caminho de Kast para o segundo turno.Evelyn MattheiCandidata à Presidência do Chile Evelyn Matthei • Sebastián Vivallo Oñate/Agencia Makro/Getty ImagesEvelyn Matthei, prefeita de centro-direita de Providencia e candidata pelo partido Chile Vamos, havia intensificado a campanha para diminuir a diferença nas pesquisas em relação a Kast.Com um baixo número de eleitores indecisos, a equipe de Matthei focou nos eleitores de centro-esquerda desiludidos e intensificou os ataques às propostas econômicas do adversário de ultradireita, como o corte de US$ 6 bilhões nos gastos públicos em 18 meses.Analistas afirmam que o apoio a Matthei é mais forte entre eleitores mais velhos, mulheres e moradores urbanos de alta renda.De acordo com o Panel Ciudadano-UDD e o Pulso Ciudadano, seu desempenho é melhor na Região Metropolitana de Santiago. No entanto, o apoio a ela cai drasticamente entre eleitores de baixa renda e da zona rural.A campanha de Matthei também a posiciona como uma alternativa centrista. Embora ocupe o terceiro lugar entre os eleitores de direita, atrás de Kast e do libertário Johannes Kaiser, ela lidera entre os eleitores que se identificam como centristas, ao lado do candidato independente Franco Parisi.Apesar da difícil disputa, a equipe da prefeita acredita que seu apelo aos eleitores moderados e sua experiência no governo podem ajudá-la a consolidar apoio na reta final da campanha.*com informações da Reuters