A indústria automotiva brasileira se destaca globalmente na agenda de descarbonização, com uma significativa vantagem competitiva devido à matriz energética limpa do país. A afirmação foi feita por Igor Calvet, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), durante as discussões na COP30, em Belém.Calvet destacou, em entrevista ao CNN Money, um estudo recente realizado pela Anfavea em parceria com uma consultoria internacional, que revelou que os veículos produzidos no Brasil já emitem menos gases poluentes.“Queremos mostrar ao mundo que nossos veículos têm o que chamamos de pegada de carbono, ao longo da vida útil de nossos veículos, emitimos menos gases de efeito estufa. Pelo fato de nós termos uma matriz energética muito renovável, somos os mais competitivos no mundo e já estamos fazendo o trabalho de descarbonização”, afirmou. Leia Mais BB capta 50 milhões de euros da Alemanha para bioeconomia na Amazônia COP30: transição energética pauta os debates do quinto dia do evento Banco Asiático anuncia US$ 1 bilhão para clima no Brasil O presidente da Anfavea citou que a competitividade brasileira na redução de emissões se estende por toda a cadeia produtiva, desde a extração de minério até o descarte dos veículos. O diferencial está no uso de energia limpa em todo o processo produtivo, característica única do Brasil em comparação com outros países, segundo ele.Calvet cotou que nos últimos 15 anos, o setor conseguiu reduzir em 35% as emissões de CO2 na atmosfera, graças à evolução da engenharia automotiva, motores mais eficientes e combustíveis menos poluentes. Ele relembrou que o Brasil também se destaca pelo uso pioneiro de biocombustíveis, iniciado em 1975 com o Proálcool.O executivo enfatizou que o futuro da indústria automotiva será marcado por múltiplas rotas tecnológicas, não se limitando apenas à eletrificação.“Nós acreditamos que o mundo vai usar múltiplas plataformas de energia para propulsionar o carro porque nós temos regiões com capacidades e necessidades distintas. Nós temos mudanças cada vez mais rápidas em relação à tecnologia”, relatou.Fundos sustentáveis crescem 48% em ano de COP30, diz pesquisa