Grupo Mateus, Yduqs, Azul, Cemig, IRB: por que as ações tiveram queda após resultados

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A sessão foi de queda expressiva para diversas ações de empresas que divulgaram os seus balanços do terceiro trimestre de 2025 (3T25) na noite da última quinta-feira (13).Nesta sexta-feira (14), os papéis do IRB (Re) (IRBR3) caíram 2,44%, a R$ 49,68, e as ações da Cemig (CMIG4) tiveram baixa de 5,31%, a R$ 11,24. As ações da YDUQS (YDUQ3) tiveram perdas de 6,94%, a R$ 12,60, as da Azul SA (AZUL4) caíram 7,69%, a R$ 1,08, e as do Grupo Mateus (GMAT3) desabaram 10,26%, a R$ 5,60.Confira a visão dos analistas de mercado para os balanços:Grupo Mateus (GMAT3)O Grupo Mateus registrou lucro líquido de R$ 850,5 milhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 152,5%. Contudo, parte do efeito positivo ocorreu por reversão de provisões constituídas em casos em que a companhia tem liminares favoráveis na Justiça, levando a uma redução do imposto de renda e da contribuição social no período.Na visão da XP Investimentos, o Grupo Mateus reportou resultados do terceiro trimestre nebulosos, com números ajustados em linha, mas vários eventos pontuais impactando os resultados. Na mesma linha, o Itaú BBA aponta que, dada a escala e a magnitude dos ajustes do trimestre – particularmente na linha de estoques – e o fato de este ser o primeiro trimestre incorporando as operações da Novo Atacarejo, há dificuldades em tirar conclusões e, em parte, levando a uma desancoragem de estimativas para alguns. Leia tambémIbovespa volta a superar 158 mil pontos com apoio de Petrobras e LocalizaDe acordo com analistas do Itaú BBA, o Ibovespa segue em tendência de alta no curto prazo e tem como próximo objetivo a região dos 165.000 pontos. Mas, acrescentaram, os níveis atuais abrem espaço para uma probabilidade maior de correção“Naturalmente, quando ocorrem ajustes dessa magnitude, a reação inicial dos investidores tende a ser de cautela e reavaliação das estimativas, o que normalmente cria pressão de curto prazo”, aponta. As vendas brutas cresceram 10%, desacelerando trimestre a trimestre, sustentadas principalmente por C&C (cash and carry, ou atacarejo, +9%) e atacado (+27%) novamente, com novas lojas (+17 no último ano) como alavanca-chave. Ao observar a dinâmica das vendas mesmas lojas (SSS), a XP nota que o SSS consolidado desacelerou para 3,4% no trimestre (contra 6,1% no 2T), em meio a um cenário macro pressionado e comparações difíceis devido a uma campanha de aniversário mais longa em 2024 (2 meses), refletindo dinâmicas mais fracas em todos os formatos, com: i) SSS do segmento Eletro em -9%; ii) SSS do C&C em -0,9% (comparado a 0% do ASAI); iii) SSS do varejo em -0,3%. Além disso, o GMAT divulgou SSS excluindo eletro, que impactou negativamente em 0,9 pontos percentuais o consolidado (C&C -0,5 pontos percentuais e varejo -0,7 pontos percentuais).A XP acredita que o trimestre foi ofuscado por eventos não recorrentes, incluindo ajustes em números passados devido a mudanças contábeis. A dinâmica da receita foi realmente desafiadora, como esperado, com vendas mesmas lojas (SSS) pressionadas, enquanto as margens foram relativamente controladas (estáveis ano a ano). Se olhar de forma comparável (“maçãs com maçãs”), o ciclo de caixa melhorou cerca de 10 dias, principalmente devido a uma melhor gestão de estoques – importante notar que o ajuste contábil não altera essa conclusão. Já) os números do Novo Atacarejo foram sólidos, sendo uma operação mais madura em termos de rentabilidade em comparação ao GMAT3, com margem EBITDA (ex-IFRS) acima do Assaí (ASAI3) no 3T (6% versus 5,7%) e ciclo de caixa alinhado com o ASAI3. A empresa não fará mais provisão para impostos sobre subvenções de ICMS, devido a liminares favoráveis sobre o tema. “No geral, acreditamos que o GMAT tem muito espaço para continuar crescendo e melhorando sua operação, embora as recentes mudanças contábeis possam gerar preocupações sobre possíveis novas alterações”, avalia a XP, que segue com recomendação de compra.O Santander ressalta que os números foram em linha, mas com desaceleração nas vendas mesmas lojas. Enquanto isso, as revisões contábeis pressionaram margens e dificultaram leitura dos números.No consolidado, o Novo Atacarejo teve SSS fraco e 14% da receita, mas com ciclo de caixa melhor. Azul (AZUL4)A Azul encerrou o terceiro trimestre de 2025 com prejuízo líquido de R$ 644,2 milhões, revertendo o lucro reportado em igual etapa de 2024. A empresa aérea, no entanto, reportou lucro líquido operacional de R$ 1,2 bilhão, montante que representa alta anual de 23,7%. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ficou em R$ 1,99 bilhão, valorização de 20,2% ante o apurado um ano antes, de R$ 1,65 bilhão. Já a margem Ebtida ficou em 34,6%, variando positivamente 2,4 pontos porcentuais. A receita líquida da empresa cresceu 11,8% anualmente, ficando em R$ 5,74 bilhões de julho a setembro deste ano.Para o JPMorgan, a Azul divulgou resultados do 3T25 que, ajustados por itens não recorrentes do Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA), ficaram ligeiramente acima de suas estimativas. A empresa apresentou um Ebitda ajustado 4% acima da projeção do banco e 6% além da projeção do consenso, com o resultado acima das estimativas ajustadas impulsionado principalmente por um CASK (custo operacional por assento disponível por quilômetro) 3% menor do que o esperado, devido principalmente à redução nos custos de combustível de aviação. “Em nossa opinião, os resultados trimestrais provavelmente não serão um grande catalisador para as ações, dada a diluição de capital esperada como parte do processo do Chapter 11, com previsão de conclusão em fevereiro de 2026”, avaliou o JPMorgan.Yduqs (YDUQ3)Na visão do Bradesco BBI, a Yduqs apresentou resultados neutros no 3º trimestre, com Ebitda 2% abaixo da projeção e lucro líquido 1% inferior. A receita cresceu 4% em base anual, mas ficou 2% abaixo das estimativas, com destaque para o segmento premium (31% da receita total), que avançou 13%. O ensino presencial subiu 5%, impulsionado pelo modelo semipresencial (+40%), enquanto o digital recuou 8%. A margem Ebitda aumentou 0,8 ponto percentual (pp) em base anual para 37,6%, em linha com as expectativas, beneficiada pela redução da inadimplência (impacto de 2pp), além da venda de recebíveis provisionados (+1,2pp). A dívida líquida caiu R$ 218 milhões no trimestre, abaixo da projeção do banco, devido a despesas com desligamentos (R$ 34 milhões).“Apesar do crescimento modesto da receita, vemos sinais positivos na expansão do segmento premium e na melhora da qualidade do crédito. O valuation segue atrativo, sustentando nossa recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 17,00”. avalia o BBI, que segue atento à execução da estratégia de digitalização e ao impacto da concorrência sobre tickets nos próximos trimestres.Na visão do BTG, a Yduqs entregou resultados do 3T em linha, com receita líquida de R$ 1,35 bilhão (+4% ano a ano), afetada por provisão adicional de R$16 milhões ligada a desistências. O segmento premium seguiu como destaque, com receita de R$ 425 milhões (+13% ano a ano) e margem de 51,5%, ajudando a compensar desempenho mais fraco dos segmentos presencial e digital. O banco segue com recomendação de compra para as ações, apesar de incertezas macro e regulatórias para o setor.Cemig (CMIG4)A Cemig teve lucro líquido de R$ 797 milhões no terceiro trimestre, queda de 75,7% sobre o desempenho de um ano antes.A XP ressalta que o Ebitda ajustado, de R$ 1,5 bilhão, ficou 11% abaixo das nossas estimativas e do consenso. A perda é explicada principalmente pelo relevante recuo de 63% no segmento de geração e transmissão (G&T), que deve continuar a sofrer nos próximos trimestres, já que a empresa está atualmente com déficit de energia e, portanto, terá que comprar esses volumes a preços de mercado elevados. O segmento de distribuição (DisCo) também foi um ponto de falha importante no nível de custos. “Vemos a CMIG4 como um nome com momento operacional fraco, sem gatilhos de curto prazo e com uma tese de investimento cercada de dúvidas (por exemplo, será federalizada e sob qual governança?)”, aponta. O Itaú BBA reforça que o Ebitda recorrente ajustado da Cemig para o 3T25 ficou ligeiramente abaixo da nossa estimativa e significativamente abaixo das projeções do consenso. Além disso, apresentou uma queda de aproximadamente 15% em relação ao mesmo período do ano anterior, com desempenho fraco em todos os segmentos de negócios durante o trimestre.IRB (Re) (IRBR3)O IRB Re encerrou o terceiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 99 milhões, queda de 15% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado.Para a Genial, o IRB apresentou um resultado mais fraco que o esperado no 3T25, interrompendo a sequência de melhora operacional dos últimos trimestres. O lucro ficou 23% abaixo das suas projeções. O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) recuou 4,2 pp trimestralmente e 3,2 pp anualmente, para 7,5%, ainda bem abaixo do potencial estrutural da companhia na nossa visão.“A piora da rentabilidade refletiu crescimento tímido de prêmios e receitas, maior retrocessão, aumento das despesas com comissões e, principalmente, das despesas administrativas – que voltaram a pesar após uma sequência de trimestres mais controlados”, aponta o Genial.O Goldman Sachs apontou que o lucro ficou 16% abaixo da sua estimativa e 25% abaixo do consenso da Bloomberg. As tendências operacionais enfraqueceram neste trimestre, com o índice combinado subindo para 103,7% (de 90,7% no 2T25 e 102,9% no 3T24), impulsionado por maiores perdas e prêmios ganhos mais fracos, particularmente nas linhas domésticas. “Em contrapartida, a receita financeira melhorou sequencialmente, e a IRB registrou lucro acumulado de R$ 61 milhões neste trimestre, o que pode aumentar a probabilidade de dividendos futuros, conforme sinalizado anteriormente pela administração. Embora esperemos que o índice combinado continue a apresentar tendência de queda, o resultado operacional mais fraco e o resultado abaixo do esperado podem ser recebidos negativamente pelos investidores”, apontou o banco, que manteve recomendação neutra.The post Grupo Mateus, Yduqs, Azul, Cemig, IRB: por que as ações tiveram queda após resultados appeared first on InfoMoney.