Dia Mundial do Diabetes: conheça as duas cadelas treinadas para alerta médico do Brasil

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Hoje, 14 de novembro, celebramos o Dia Mundial do Diabetes, e a coluna ressalta histórias de superação e empatia voltadas à saúde que merecem destaque. Aliás, o mês de novembro é considerado período de luta contra a doença silenciosa que faz vítimas e também tem seus heróis ou heroínas que nem sempre estão diante das câmeras.Dentre tantas lutas e cenários, a trajetória de Mariana Ruic, profissional de marketing de 42 anos, chama atenção por unir ciência, amor e dedicação, marcando a vida não só dela, como a de outras pessoas, em uma passagem mais que inspiradora. Diagnosticada com diabetes tipo 1 aos quatro anos e, posteriormente, com Síndrome de Wolfram, ela encontrou uma nova forma de lidar com os desafios da doença: contando com a ajuda da Granola, uma Golden de 1 ano e 2 meses, treinada para detectar variações de glicose no sangue.A tutora conheceu o adestrador Glauco Lima, pioneiro no Brasil no treinamento de cães de alerta médico, por indicação de uma renomada veterinária, a Dra. Aracy Oliva. Pouco tempo após esse primeiro contato ela já afirma que esse encontro transformou sua vida. “O Glauco fez um trabalho essencial e nossa amizade é cada dia mais forte, porque a gente ainda está em treinamento. Mas ele foi fundamental no meu trabalho e com a minha família como um todo, porque todos, todos apoiam ele e, inclusive, o trabalho dele, né? Meus filhos, meu marido… Então ele e seu lindo trabalho são essenciais”, conta emocionada.Tecnologia e instinto lado a ladoCom o olfato até 100 mil vezes mais apurado que o humano, cães treinados como a Granola conseguem detectar alterações químicas no corpo relacionadas às variações de glicose. Quando percebem algo errado, alertam o tutor com sinais específicos. “A Granola me dá uma patada no joelho quando é hipoglicemia e no pé quando é hiperglicemia. Isso é superimportante, principalmente à noite, quando estou dormindo. Às vezes, a pessoa não acorda e pode até morrer. Ela literalmente salva a minha vida”, explica Mariana.Além do alerta médico, Granola também é uma aliada na rotina de mobilidade. “Por causa da minha baixa visão, às vezes tenho problemas de equilíbrio. Ela me ajuda a me estabilizar e me acompanha em todas as atividades. É uma parceira de vida que tenho e prezo muito”.Mariana utiliza sensores de glicose, mas reforça que o instinto da cadela é incomparável. “Eu uso tecnologia, mas a Granola é mais eficiente. Ela prevê quando a glicose vai abaixar ou subir, sente o cheiro e me alerta antes mesmo do sensor. É impressionante e isso tem mudado minha rotina e a da minha família. Me traz conforto e mais segurança, além de apoio o tempo todo”, afirma emocionada.Profissionalismo e pioneirismoO adestrador Glauco Lima atua há mais de três décadas no treinamento de cães e, há dois anos, se especializou em preparar animais para alerta médico de diabetes. A motivação veio da própria experiência familiar. “Tudo começou com a minha mãe, que tem diabetes. Eu via o medo que ela sentia de sair sozinha e quis encontrar uma maneira de devolver autonomia e tranquilidade a pessoas como ela. O cão de alerta é uma ferramenta de segurança, mas também de acolhimento emocional”, explica.Glauco ressalta que o olfato do cão é uma ferramenta poderosa, mas o vínculo emocional é o que garante o sucesso do trabalho. “Não se trata apenas de adestramento: é uma parceria. O cachorro precisa entender que está cuidando de alguém e o tutor precisa confiar nele. É uma troca de afeto e responsabilidade”, diz.Ele também chama atenção para a falta de legislação específica que reconheça oficialmente os cães de alerta médico como cães de serviço no Brasil. “Esses animais exercem uma função essencial, mas ainda não têm direito de acesso a todos os lugares públicos, o que dificulta a rotina dos tutores. Precisamos de reconhecimento legal para avançar”, defende.Mais do que um alerta: uma nova vidaA convivência com Granola também impactou a saúde mental e o bem-estar de Mariana. “Ela é minha companheira. Me incentiva a sair de casa, me faz companhia e traz alegria para a família. Hoje, eu e meu marido adoramos passear com ela, é uma diversão e uma terapia ao mesmo tempo”, diz. Sobre o papel do adestrador em sua jornada, a tutora é categórica: “O Glauco foi essencial. Ele me ensina, me incentiva e acompanha todo o processo de forma gradual. Escolhemos a Granola juntos, desde o canil. Ele e ela viraram parte da nossa família”.No mês de combate ao diabetes, Mariana deixa uma mensagem de conscientização e cuidado. “Quem tem diabetes precisa de disciplina e atenção. A hipoglicemia é perigosa e pode ser fatal. Já conheci pessoas que não resistiram. Mas, com amor, apoio e, no meu caso, a ajuda da Granola, é possível viver bem, com segurança e alegria”, conclui. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp Guria: a primeira cadela de alerta médico do BrasilEnquanto a Granola segue com o adestramento e melhorando a vida e rotina da Mariana, a Guria comemora o título de primeira cadela de alerta médico do Brasil. Há três anos, Glauco iniciou o treinamento dela para monitorar a vida e a diabetes da própria mãe, a dona Maria Lima. Conheça essa história no vídeo abaixo. Leia também Dia Mundial do Diabetes: veja as causas e como prevenir essa doença Tem diabetes? Confira 5 receitas de almoço leve e nutritivo