O Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou, na noite deste sábado (15/11), o pedido da médica Thaisa Hoffmann para deixar a prisão em regime fechado e migrar para o regime domiciliar. Esposa do ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Virgílio de Oliveira Filho, a médica é suspeita de usar empresas de consultoria para intermediar o pagamento de propinas a lobistas e empresários ao marido. Em contrapartida, ele teria atuado para beneficiar associações da farra dos descontos indevidos sobre aposentados pelo INSS.O habeas corpus foi aceito pelo ministro do STF, André Mendonça. No pedido, a defesa de Thaisa citou o fato de a médica estar amamentando o filho de 1 ano de idade e precisar ficar próxima da criança. O Metrópoles apurou que o bebê ficou sob cuidados da avó e que Thaisa amamentou o filho na carceragem neste sábado. Leia também São Paulo Presa pela farra do INSS cita filho de 1 ano e pede domiciliar ao STF São Paulo Foragido ordenou fraudes contra aposentados e propinas no INSS, diz PF São Paulo Farra do INSS: alvo da PF liberou R$ 15 milhões à Conafer em descontos São Paulo Farra do INSS: Conafer tinha núcleos político, financeiro e de comando “A decisão do ministro André Mendonça, que acolheu o pedido da defesa e converteu a prisão preventiva em domiciliar, representa uma vitória relevante para a garantia dos direitos fundamentais das mulheres mães e de suas crianças. Trata-se de um precedente que evidencia a importância de uma atuação técnica e humanizada”, afirmaram os advogados Izabella Borges, Maurício Moscardi e Bruna Borges.Thaisa Hoffmann e Virgílio de Oliveira Filho foram presos na última quinta-feira (13/11), em uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga o esquema revelado pelo Metrópoles.Somente a Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), pivô da última fase da operação Sem Desconto, teria pago R$ 6,6 milhões ao casal.Eles também receberam pagamentos de R$ 7,5 milhões do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, que tinha procuração de diversas entidades para atuar em nome delas junto ao INSS.Foi para Thaisa que o lobista transferiu uma Porsche Taycan, avaliada em mais de R$ 500 mil.