App que revive parentes mortos com IA gera polêmica nas redes; veja o vídeo

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A 2wai, startup americana que desenvolve avatares digitais com apoio de inteligência artificial, entrou no centro de uma controvérsia global após viralizar com um vídeo que mostra a recriação virtual de uma mulher já falecida. A ferramenta permite que usuários gerem versões digitais de parentes mortos por meio de um curto vídeo gravado no celular. O material divulgado pelo ator Calum Worthy no X superou quatro milhões de visualizações e abriu um debate sobre os limites éticos da tecnologia.O vídeo apresenta uma mulher grávida conversando com uma representação digital de sua mãe morta. Ao longo da narrativa, a avó virtual acompanha o crescimento do neto, lê histórias e interage com a família até o momento em que o personagem, já adulto, anuncia que ela se tornará bisavó. A peça publicitária termina com a mensagem de que poucos minutos de gravação seriam suficientes para preservar essas interações no futuro.Assista:What if the loved ones we've lost could be part of our future? pic.twitter.com/oFBGekVo1R— Calum Worthy (@CalumWorthy) November 11, 2025Worthy, que também é cofundador da empresa ao lado do produtor Russell Geyser, defendeu o projeto ao chamá-lo de “arquivo vivo da humanidade” e ao questionar como seria integrar pessoas mortas ao cotidiano digital das famílias. A reação, porém, foi majoritariamente negativa. Usuários classificaram a proposta como emocionalmente arriscada e potencialmente prejudicial ao processo de luto. Parte dos comentários também apontou desconforto com a presença constante da avó digital ao lado do neto em diferentes fases da vida.Críticas a riscos emocionais e uso comercial do lutoA questão rapidamente se estendeu para comparações com “Be Right Back”, episódio de “Black Mirror” em que uma mulher tenta conviver com uma versão artificial do parceiro morto. Para muitos, a aproximação entre ficção e realidade evidencia a necessidade de limites mais claros para o uso de IA em contextos de luto e memória. Segundo a Forbes, vários usuários chamaram o aplicativo de distópico e criticaram a possibilidade de transformar a ausência de alguém querido em um modelo de negócio.O aplicativo oferece a criação dos chamados HoloAvatars, que podem conversar em tempo real, reproduzir movimentos e falar em diferentes idiomas. A empresa afirma que o avatar é gerado a partir de um vídeo de três minutos, mas não detalha como essa coleta limitada de dados pode sustentar simulações de personalidade ou memória. A falta de explicações reforçou dúvidas sobre privacidade, precisão e consentimento, especialmente no caso de pessoas que não estão mais vivas para autorizar o uso da imagem.Além das recriações personalizadas, a plataforma disponibiliza personagens históricos e avatares pré configurados. O conjunto de funcionalidades ampliou as críticas sobre o risco de misturar entretenimento, relações afetivas e identidades reais ou póstumas. Comentários nas redes também expressaram preocupação com a possibilidade de dependência emocional, distorção de lembranças e exploração financeira do luto.Investimento e expansãoA 2wai afirma que pretende tornar a experiência mais acessível e expandir o uso dos avatares para educação, entretenimento e comunicação. A empresa já havia informado à Forbes que recebeu cinco milhões de dólares em rodadas iniciais de investimento e mantém colaborações com empresas de tecnologia como British Telecom, IBM e Globe Telecom, sinalizando planos para ampliar seu alcance no mercado.The post App que revive parentes mortos com IA gera polêmica nas redes; veja o vídeo appeared first on InfoMoney.