‘Hoje Lula é favorito, mas não podemos encarar como profecia’, diz chefe da Eurásia sobre 2026

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O cenário eleitoral de 2026 ainda está longe de ser definido, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá partir em vantagem rumo à reeleição. A avaliação foi feita por Silvio Cascione, diretor de pesquisa e chefe da Eurasia Group no Brasil durante o Fórum Debates 2025, evento realizado em São Paulo.“Hoje, o favorito é o Lula, mas a gente não pode encarar isso como profecia. Essa conclusão pode mudar bastante, pois essa eleição está muito difícil de prever”, afirmou, comparando a tentativa de adivinhar o resultado à meteorologia.“Falar de eleições no Brasil é como tentar dizer se vai chover ou fazer sol no dia 6 de outubro de 2026. Não tem como saber, mas dá para identificar tendências e se preparar para diferentes cenários”, disse.A razão para o favoritismoDe acordo com Cascione, o principal motivo para o favoritismo de Lula é a sua taxa de aprovação popular, que voltou a subir.“Essa sensação de aprovar ou não mostra se o eleitorado está confortável ou se quer mudanças, e, neste momento, o governo tem uma popularidade boa”, ressaltou.“Não dá para brigar com os números, que mostram uma média de aprovação binária de 49%, melhor do que na maioria dos países da América Latina”, continuou, afirmando que esse patamar é consistente com uma reeleição.“A maioria dos presidentes que se aproximam de um ciclo eleitoral com uma taxa de aprovação de 49% ganha a reeleição”, explicou.Ibovespa hoje: Boletim Focus e possível fim do shutdown; confira análise no Giro do Mercado:Temas em destaqueDurante o painel, Cascione apontou que a segurança pública deve ganhar força nas campanhas de 2026, embora a economia continue como um dos assuntos determinantes do voto.“Quando a gente fala de pauta econômica, o que tem mais efeito na popularidade, e que a gente consegue medir, é a inflação. Normalmente, tudo tem a ver com o poder de compra.”O executivo destacou que, nesse contexto, o poder de compra está ligado a salários, queda dos preços e emprego, e que, sob esse prisma, o Brasil vive um momento positivo.“A gente tem ganhos de renda acumulados nos dois dígitos e taxa de desemprego no menor nível já verificado. Tem vários fatores que, olhando isoladamente, fariam concluir que a popularidade do governo deveria ser muito mais alta do que quase 50%”, avaliou.Por que, então, não é maior?Na visão de Cascione, o motivo é a rejeição arraigada ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao próprio Lula.“Você tem um presidente que enfrenta uma rejeição muito elevada. É o que a gente comenta sempre, o tal do teto baixo, que limita o potencial de crescimento”.Para o diretor da Eurasia, a disputa de 2026 poderá ser decidida pelo eleitor “que não é nem petista nem antipetista”.“Quem vai decidir no dia é quem não gosta de política, não confia nem no Lula nem no Bolsonaro, mas que, no fim, determina a eleição”, concluiu.