Em meio ao calor úmido de Belém (PA) o estande do Sebrae na AgriZone da COP30, se tornou um refúgio de sombra, frescor e descoberta. O espaço recria, em pleno centro da conferência, uma floresta amazônica viva: sementes, mudas, espécies nativas e aromas da mata conduzem o público por um percurso sensorial que revela o ciclo da vida, do nascimento das plantas ao desenvolvimento das árvores. A experiência gratuita, aberta aos visitantes até 21 de novembro, convida a sentir a Amazônia antes mesmo de debatê-la.Montado pelo Sebrae em 15 metros de extensão do estande, o Viveiro Ardosa simula o solo florestal com folhagens naturais que dão ao visitante a sensação de estar pisando em terra fértil. O trajeto apresenta todas as fases de crescimento das espécies nativas da Amazônia. Sons, aromas e texturas reforçam o papel da restauração ecológica e da produção de mudas como motores da sustentabilidade e geração de renda, refletindo o compromisso da instituição com a bioeconomia amazônica e o fortalecimento dos pequenos negócios.Histórias que brotam da florestaResponsáveis pelo viveiro e pelas visitas guiadas, a veterinária Adna Azevedo e o biólogo Sidcley Matos recebem o público com entusiasmo. Quem entra encontra uma variedade de sementes, depois as mudas, as plantas juvenis e, ao final, árvores em desenvolvimento, tudo embalado pelos sons da floresta. Ao sair, o visitante conhece produtos criados a partir da matéria-prima amazônica: bancos artesanais do povo Munduruku, cestarias do Arapiuns, biocosméticos, biojoias e outras expressões da economia da floresta.A trajetória do casal começou de forma inesperada. Por 10 anos, trabalharam com resgate de animais silvestres em Santarém (PA). “Toda vez que íamos soltá-los, percebíamos que as áreas estavam degradadas e já não havia alimento suficiente para a fauna. Isso nos motivou a criar o viveiro”, conta Adna. Hoje, o Viveiro Ardosa reúne centenas de espécies nativas e apoia ações de reflorestamento e regeneração de áreas degradadas.Há sete anos, em um terreno de quase 1 hectare no bairro Jaderlândia, em Santarém, o casal iniciou o que chamam de seu “projeto de vida”. Andiroba, ucuúba, tento, açaí, jatobá, camu-camu, sapucaia, copaíba e castanha-da-Amazônia estão entre as espécies cultivadas. Com apoio do Sebrae, o viveiro foi formalizado e ganhou impulso para alcançar novos mercados. “Me sinto realizado. Era tudo que eu queria na vida”, afirma Sidcley.Os visitantes têm uma experiência sensorial, com sons da floresta. Ao final, eles conhecem produtos criados a partir da matéria-prima amazônica (fotos: Wesley Santos)Crescimento com raízes profundasDesde 2023, o Viveiro Ardosa tem conquistado parcerias com empresas que precisam restaurar áreas impactadas, como mineradoras e madeireiras, fornecendo as espécies necessárias ao reflorestamento. Também participa do projeto Quintais Florestais, do Sebrae, oferecendo mudas e sementes de cupuaçu, copaíba, andiroba, açaí e outras espécies a famílias que, em poucos anos, já colhem seus primeiros frutos.“Nosso desafio é trabalhar com espécies ameaçadas de extinção, como acapu e pau-rosa. Mas contamos com a colaboração das comunidades tradicionais e da Rede de Sementes do Tapajós”, revela Adna. O viveiro mantém três funcionários fixos e chega a contratar entre cinco e 10 temporários nos períodos de maior demanda. A participação na COP30 tem impulsionado ainda mais o negócio. “2025 foi um ano intenso e de muitas conquistas. Aqui na AgriZone, estamos recebendo muitos interessados e já surgiram contatos de possíveis parcerias. Estamos muito otimistas para 2026”, finaliza a veterinária.Sidcley Matos, um dos criadores do Viveiro Florestal ArdosaO Sebrae na AgriZoneO estande do Sebrae na AgriZone, a “Casa da Agricultura Brasileira Sustentável”, apresenta, em Belém (PA), a riqueza da Amazônia e de outros biomas do país, destacando práticas produtivas que unem competitividade, inclusão social e preservação ambiental. Entre as principais atrações está o Viveiro Ardosa, que permite aos visitantes percorrer o ciclo da vida das plantas, da semente à muda formada. No espaço, são exibidas mais de 110 espécies nativas da floresta amazônica.Instalado em um estande de 200 m² no Pavilhão de Exposições e com outros 600 m² dedicados a palestras técnicas em parceria com o Sistema CNA/Senar, o Sebrae oferece uma mostra diversificada da bioeconomia brasileira. Mel, biocosméticos, biojoias, chocolates de cacau nativo, artesanato, pequenos móveis e outros produtos revelam a força criativa e sustentável dos pequenos negócios da floresta.O Sebrae na COP30Com estande de 400 m² instalado na Green Zone, o Sebrae transforma sua presença na COP30 em uma experiência imersiva inspirada na Amazônia e na diversidade do país. Além de vitrine viva de inovação e cultura, é um espaço de diálogo e network, com sala de reuniões, auditório e loja colaborativa de produtos da bioeconomia, conectando lideranças, investidores e empreendedores.De 10 a 21 de novembro, das 9h às 20h, a programação combina conteúdo, cultura e sensorialidade, com atrações como webséries e documentários exibidos no “PedaCine do Brasil”, apresentações culturais, degustações e harmonizações com ingredientes regionais. O Sebrae também montou a Zona do Empreendedorismo (En-Zone), no Parque Belém Porto Futuro, e trabalha em ativações urbanas e outros pontos de presença pela capital do Pará. Acompanhe a cobertura completa dos pequenos negócios na COP30 pela Agência Sebrae de Notícias.