PM contradiz Castro em depoimento no MPRJ: ‘Muro do Bope’ foi armadilha do CV

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Tenente Coronel Marcelo Corbage, comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), prestou um depoimento sobre o intenso confronto ocorrido em uma área de mata da Serra da Misericórdia durante a megaoperação realizada em 28 de outubro no Rio de Janeiro. Foram mais de 120 mortos e 113 presos.Ele contradisse o governador Cláudio Castro (PL) sobre os motivos do conflito na área da mata e deu uma explicação diferente sobre a tática do “Muro do Bope” – ressaltando que não foi uma tática da polícia, mas uma armadilha do Comando Vermelho.A ação daquela terça-feira envolveu diversas forças de segurança e tinha como objetivo combater a atuação de facções criminosas em comunidades da Zona Oeste. Conforme informações do G1 que teve acesso ao depoimento, durante as trocas de tiros entre a polícia e os traficantes do Comando Vermelho (CV) no alto da Vacaria, parte da Serra da Misericórdia, o governador Castro convocou uma coletiva em que afirmou os confrontos estavam acontecendo “majoritariamente em área de mata” e que tinham sido “pensados para encurralá-los lá para que a população sentisse o mínimo possível.” No entanto, Corbage deu outra versão. Contou em seu depoimento ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) que o conflito aconteceu ali na região de mata dvido a uma “estratégia até então desconhecida” dos traficantes dos complexos da Penha e Alemão. O depoimento do comandante será anexado à documentação que será enviada ao MPRJ ao Supremo Tribunal Federal (STJ) até terça-feira (18).Segundo ele, o planejamento da operação foi alterado porque os policiais civis caíram na “armadilha” na região da mata. Ele acrescentou que “a agressividade demonstrada pelos criminosos nessa oportunidade fugiu a todos os padrões anteriormente detectados”, segundo as informações coletadas pelo G1. A partir disso, o comandante do Bope alega que policiais civis sofereram ferimentos e que o Bope teve que intervir para ajudar no resgate desses agentes. “Muro do Bope” Outro ponto abordado é sobre uma estratégia do Bope, conhecida como “Muro do Bope”. No dia seguinte à megaoperação, em 29 de outubro, o secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes, deu informações sobre essa tática.Segundo ele, as tropas foram distribuídas pelo terreno. As imagens da operação mostraram os criminosos armados buscando refúgio nessa área de mata, mas agentes do Bope se posicionaram na parte mais alta da montanha que separa as comunidades. Essa movimentação recebeu o nome de ‘Muro do Bope’, que virou essa linha de contenção formada por policiais que “empurravam os criminosos para o topo da montanha”, segundo Menezes.No entanto, ao MPRJ, Corbage afirmou que o objetivo original do Bope não era atuar nessa área, mas garantir um perímetro de segurança na mata, evitando que criminosos de diferentes comunidades se reunissem no local.Na versão dele, os traficantes já se encontravam na Serra da Misericórdia e a tática usada foi de “fracionar” a facção criminosa, a fim de manter os envolvidos restritos às suas localidades. Foi assim que foi possível impedir que criminosos do Alemão e de outras comunidades se deslocassem até ali e circulassem com espaço. A megaoperação segue em andamento e se espera novos desdobramentos nos próximos dias. As autoridades pedem colaboração da comunidade para denunciar atividades suspeitas e contribuir com a segurança do bairro.The post PM contradiz Castro em depoimento no MPRJ: ‘Muro do Bope’ foi armadilha do CV appeared first on InfoMoney.