MP do Rio diz que duas mortes em megaoperação foram “atípicas”

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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) enviou, nesta quarta-feira (12/11), ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório que aponta a existência de “lesões atípicas” em dois corpos dos 121 mortos na megaoperação policial deflagrada nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, no último dia 28 de outubro.6 imagensFechar modal.1 de 6Megaoperação no Rio deixou mais de 100 mortosTercio Teixeira/Especial Metrópoles2 de 6A incerteza sobre a própria segurança impede o descanso e compromete a saúde mental de quem vive sob risco constanteFabiano Rocha/Agência O Globo3 de 6Ricardo estava fardado quando foi mortoTercio Teixeira/Especial Metrópoles4 de 6Quatro policiais morreramFabiano Rocha / Agência O Globo5 de 6Criminosos foram flagrados com fuzis e “roupas de guerra” antes de megaoperaçãoReprodução6 de 6Segundo líder do PT na Câmara, atuação de milícias nas favelas do Rio também será alvo de investigação da PFReprodução/XO documento foi elaborado pela Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia (DEDIT) que acompanhou os exames no Instituto Médico Legal (IML). O texto aponta que foram observadas duas “lesões atípicas”, destoando das demais. A primeira era um corpo que apresentava lesões com características de disparo de arma de fogo à curta distância.A segunda lesão atípica, apontada pelo MP, é um outro corpo que possuía lesão “produzida por projétil de arma de fogo à distância, porém apresentava, adicionalmente, ferimento por decapitação, produzido por instrumento cortante ou corto-contundente.”O relatório consta nos autos da ADPF das Favelas (ADPF 635).O MP destaca que todos os 121 mortos eram do sexo masculino. “Todos foram atingidos por projéteis de arma de fogo, típicos daqueles de alta energia cinética (fuzis), com lesões externas e internas características desse tipo de ação”, diz MP.O documento ainda traz a idade média dos 121 mortos, que está entre 20 e 30 anos.“Foi observada a presença de múltiplas lesões de entrada e saída de projéteis, localizadas, predominantemente, em regiões do tórax, abdome e dorso, compatíveis com confronto armado.”No relatório também consta que muitos dos mortos vestiam uniformes camuflados com botas operacionais, coletes com porta-carregadores e luvas táticas para atiradores.“Durante os exames, foram encontrados nos bolsos de algumas vestimentas, munições, erva prensada e aparelhos de telefonia celular (…) A maioria dos corpos exibia múltiplas tatuagens, algumas sabidamente referentes a facções criminosas e ao extermínio de policiais”. Leia também Brasil Derrite chora em homenagem a policiais mortos em megaoperação no Rio Brasil OAB cria observatório após megaoperação e se reúne com Cláudio Castro Brasil Moraes decreta que polícias do Rio preservem imagens de megaoperação Celebridades O que disse Wagner Moura sobre a megaoperação no Rio de Janeiro Por fim, o MP pede que seja realizada a análise detalhada das câmeras corporais de alguns policiais envolvidos na megaoperação.