Derrite não entende de investigações contra o crime organizado, diz Haddad

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (12) que o deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP) não é uma pessoa que entende de inteligência e investigação contra o crime organizado.Haddad fez críticas sobre uma suposta pressa do deputado e falta de interlocução com órgãos como a Polícia Federal e a Receita Federal durante a elaboração do texto final do Marco Legal do Combate ao Crime Organizado.O ministro argumenta que o texto de Derrite poderia enfraquecer a atuação da Polícia Federal e da Receita, além de colocar em risco operações estruturais de combate a mecanismos financeiros utilizados pelo crime organizado.“Você vai colocar isso a perder em função do açodamento de um relator que, com todo respeito, não é propriamente uma pessoa que entenda de inteligência, de investigação, não é uma pessoa versada em investigação e inteligência contra o crime organizado”, disse.Derrite atuou como policial militar por mais de 10 anos e é secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo. O deputado se licenciou do cargo para relatar o texto.O ministro ainda afirmou “não ter nada contra” Derrite, mas reforçou que a condução do relatório ocorreu sem diálogo adequado com os órgãos responsáveis pelo enfrentamento ao crime organizado.“Quanto menos você sabe, mais você busca apoio de quem sabe” acrescentou.O ministro também cobrou celeridade para a aprovação de textos que já tramitam há mais tempo no Congresso, como o projeto de lei do devedor contumaz, que tipifica e pune quem descumpre reiteradamente obrigações tributárias.O foco do projeto está em companhias reincidentes, muitas vezes em nome de laranjas ou sem patrimônio real, que acumulam dívidas bilionárias e distorcem a concorrência.