Uma polêmica que movimentou o Brasil em 2002 foi a não convocação de Romário para a Copa, disputada no Japão e na Coreia do Sul. Até o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, entrou no debate. Em uma viagem à Polônia, FHC foi questionado pelos repórteres se desejava que o “Baixinho” fosse ao mundial: “Eu sou Romário. Sobre isso não há dúvida. O resto eu não respondo. Romário, eu sou.” A imprensa especulou que a frase foi uma retribuição a um ato do jogador. Em 1999, quando o Real sofreu uma forte desvalorização, Romário marcou um gol pelo Flamengo e mostrou uma mensagem estampada na camisa debaixo do uniforme: “Eu sou FHC”.Envaidecido pela fala do presidente, Romário fez um agradecimento público: “Fico muito feliz com a lembrança do presidente. Vou continuar jogando, mantendo a minha performance dentro de campo, pois é isso que pode me levar à seleção e à Copa. Todos sabem que esse é o meu grande desejo neste ano”.O técnico Luiz Felipe Scolari era pressionado a chamar Romário. A cada convocação, o treinador deixava o artilheiro do Vasco a ver navios e declarava que “não ia convocar ninguém na marra”. O treinador não gostava de declarações do tetracampeão. Em uma entrevista à IstoÉ, Romário afirmou que empresários e padrinhos ditavam as convocações da seleção. Talvez, arrependido, meses depois, sonhando com a ida para a Copa, o “Baixinho” amenizou: “Eu disse que durante muito tempo as convocações aconteciam assim, por meio de padrinhos e empresários. E eu sei disso porque sempre pertenci à seleção. Agora, com o Felipão no comando, eu sei que isso não acontece mais.” Até um caso que Romário supostamente teve com uma aeromoça, a caminho de Montevidéu, para o duelo contra os uruguaios pelas Eliminatórias, teria sido motivo para ele não ser mais convocado. Siga o canal da Jovem Pan Esportes e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp No fim das contas, Felipão não chamou Romário que foi contratado pela Jovem Pan para ser comentarista durante o mundial. Depois da conquista do penta, na vitória da seleção sobre a Alemanha, 2 a 0, dois gols de Ronaldo, o craque Romário defendeu a permanência de Scolari no comando da equipe: “Por méritos, ele tem que continuar. (…) O Felipão manteve a sua atitude. Não estive lá, mas já havia tido a oportunidade em 1994. O mais importante é que o título faz bem para o povo brasileiro. Se eu fiquei frustrado [de não ir à Copa], não interessa agora. A hora é de extravasar”. Sobre Ronaldo, o “Baixinho” ressaltou: “Ele correspondeu todas as vezes em que foi exigido. (…) Mas sabemos que, tecnicamente falando, ele ainda não apresentou o seu melhor futebol por causa dos problemas que teve antes do mundial.” Em relação a Oliver Kahn, goleiro alemão, Romário não perdeu a chance de ironizar: “Ele é o melhor e o mais feio da Copa”.Romário sendo Romário! Leia também Sinner vence Auger-Aliassime em sua estreia no ATP Finals Messi visita Camp Nou, se declara ao Barcelona e revela desejo de despedida