A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária (Dot/Decor), deflagrou, na manhã desta terça-feira (11/11), a 2ª fase da Operação Bellevue.A ação tem como objetivo aprofundar as investigações sobre uma organização criminosa suspeita de fraudar o fisco e lavar dinheiro por meio de empresas de fachada ligadas a uma operadora de plano de saúde atuante no Distrito Federal. Leia também Mirelle Pinheiro A engenharia da repressão: como a Draco redesenha o combate às facções no DF Mirelle Pinheiro PF investiga desvio de R$ 120 milhões em contratos da enchente no RS Mirelle Pinheiro Esquema bilionário de remédio “tarja preta” tem líder preso em Orlando Mirelle Pinheiro Chefe da Polícia Civil do Rio, Curi nega pretensão política: “Aversão” Os policiais cumpriram nove mandados de busca e apreensão nas regiões do Lago Sul, Jardim Botânico e Noroeste, além de bloquear valores e sequestrar bens em instituições financeiras.Prejuízo de R$ 26 milhõesSegundo as investigações, o grupo vinha operando desde 2019, utilizando documentos falsos e empresas de fachada para sonegar impostos e ocultar os recursos obtidos ilegalmente.A primeira fase da operação, deflagrada em julho de 2024, revelou que a fraude fiscal estruturada teria causado prejuízo superior a R$ 26 milhões ao Governo do Distrito Federal.Na nova etapa, os investigadores identificaram uma rede de empresas fantasmas registradas em nome de “laranjas” e usadas para movimentar e fracionar valores ilícitos, dificultando o rastreio dos beneficiários finais.Empresas de fachada e movimentações milionáriasDe acordo com a PCDF, quatro empresas, dos ramos de home care, contabilidade, assessoria e clínica médica, foram criadas exclusivamente para lavar o dinheiro sonegado.Uma delas, uma empresa fantasma sem sede nem atividade comercial, movimentou mais de R$ 8 milhões em contas bancárias. Além disso, empresas do setor de corretagem de seguros e informações cadastrais foram utilizadas para misturar valores lícitos e ilícitos, mascarando a origem dos recursos desviados.Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. As penas somadas podem chegar a 21 anos de prisão.