Brasil sobe para 14ª posição entre países com maior presença do crime organizado

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O Brasil passou a figurar entre os 15 países mais impactados pelo crime organizado no mundo, segundo o Índice Global de Crime Organizado 2025, divulgado nesta segunda-feira (10) pela Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional (GI-TOC). O país subiu da 22ª para a 14ª colocação, refletindo o avanço das facções criminosas e o enfraquecimento da capacidade estatal de enfrentamento. O levantamento avalia 193 nações com base em dois critérios: o nível de criminalidade e a resiliência institucional para combater o problema. Leia tambémVeja o que muda entre o texto do governo e o relatório de Derrite no PL AntifacçãoRelator recuou após críticas e ampliou o papel da PF, mas incluiu novas tipificações e penas mais duras para o crime organizadoDerrite recua e devolve poderes à PF em nova versão do projeto antifacçãoApós críticas da corporação e do governo Lula, relator altera texto e restabelece atuação da Polícia Federal no combate ao crime organizadoEmbora o Brasil tenha melhorado ligeiramente nesse último aspecto, passando da 94ª para a 86ª posição, continua enquadrado na categoria de países com alta criminalidade e baixa resistência, ao lado de nações como México, Rússia e Etiópia.Segundo o relatório, o país sofre com redes criminosas que se infiltram em estruturas do Estado, fenômeno que também ocorre em 80 países analisados. Em muitos casos, essas organizações exercem influência direta sobre forças de segurança, tribunais e governos locais, comprometendo a efetividade das políticas públicas e o controle sobre territórios dominados.Poder globalA pesquisa mostra que o mercado de drogas continua sendo o eixo central do crime transnacional, com destaque para a expansão da cocaína e das drogas sintéticas. O uso de maconha segue alto, mas vem perdendo espaço, assim como a heroína, enquanto cresce o número de laboratórios clandestinos dedicados a substâncias sintéticas em diferentes continentes.Segundo a GI-TOC, a América do Sul, especialmente Brasil, Colômbia e Bolívia, tem papel estratégico na nova rota global da cocaína, marcada por alianças entre cartéis latino-americanos e grupos criminosos da Europa, África e Ásia. Já o mercado de drogas sintéticas se caracteriza por ser mais ágil e descentralizado, com centros de produção próximos aos mercados consumidores e menor custo de operação.Novas frentes do crimeAlém do narcotráfico, o relatório aponta o crescimento dos crimes financeiros, cibernéticos e de falsificação, áreas que exigem menos risco e oferecem altos lucros. O comércio de produtos falsos, por exemplo, vem se expandindo em meio à inflação global e à desaceleração econômica, fatores que estimulam o consumo de mercadorias mais baratas e irregulares.Os pesquisadores também chamam atenção para a cooperação cada vez maior entre criminosos e agentes privados, em um cenário de enfraquecimento da coordenação internacional. Com o aumento do unilateralismo e da rivalidade entre potências, as redes ilícitas têm encontrado brechas para ampliar sua atuação em escala global.Risco crescenteA GI-TOC conclui que o avanço do crime organizado no Brasil e em outras economias emergentes reflete uma erosão da confiança nas instituições públicas e a falta de estratégias coordenadas de segurança e combate à corrupção. Países como o Brasil, afirma o estudo, correm o risco de “normalizar a presença de facções dentro do Estado”, criando um ambiente em que a violência e a economia ilegal passam a coexistir como parte da vida cotidiana.The post Brasil sobe para 14ª posição entre países com maior presença do crime organizado appeared first on InfoMoney.