O rapper Kanye West, 48, voltou a ser centro de controvérsias no Brasil após a Prefeitura de São Paulo proibir a realização de seu show, previsto para o dia 29 de novembro de 2025, no Autódromo de Interlagos.O prefeito Ricardo Nunes (MDB) justificou a decisão alegando que o artista faz apologia ao nazismo e promove discursos de ódio, o que seria incompatível com o uso de espaços públicos da cidade. Leia mais Não vai cantar "nem uma palavra”: Nunes veta show de Kanye West em SP Kanye West pode ser preso se fizer discurso nazista em show, afirma MPSP Kim Kardashian abre álbum de fotos da viagem pelo Brasil; veja A produção do evento afirmou ter sido surpreendida pela decisão, alegando que todas as exigências legais e administrativas haviam sido cumpridas.Segundo comunicado oficial, a equipe ainda tenta resolver a situação e encontrar um novo local para o show, que marcaria o retorno de Kanye ao Brasil após 14 anos — a última passagem dele foi em 2011, no festival SWU.Histórico de declarações antissemitas e simpatia ao nazismoKanye West já fez diversas declarações de cunho antissemita e racista nas redes sociais. Em postagens no X, antigo Twitter, ele chegou a escrever frases como “Eu amo Hitler”, “Eu sou nazista” e “Os judeus roubam todo o meu dinheiro”.Esses episódios levaram à ruptura de contratos milionários com marcas como Adidas, Balenciaga e Gap, resultando em prejuízos estimados pela Forbes em mais de US$ 1 bilhão. Em 2023, o rapper chegou a pedir desculpas pelas falas, mas em 2025 voltou a reafirmar as posições.Polêmica da camiseta com suástica e o comercial do Super BowlDurante o intervalo do Super Bowl de 2025, Kanye West surpreendeu ao exibir um comercial gravado em tom amador, pedindo que os fãs acessassem o site de sua marca, a Yeezy. No entanto, a página vendia apenas uma camiseta chamada HH-01, supostamente uma referência a “Heil Hitler”, estampada com uma suástica no centro.A empresa Shopify, responsável pela plataforma, rapidamente removeu a loja do ar, alegando violação dos termos de uso. O episódio foi amplamente criticado, inclusive por organizações judaicas internacionais.Processos e denúncias de ex-funcionáriosAlém das falas públicas, Kanye West enfrenta diversos processos trabalhistas. Ex-funcionários o acusam de criar um ambiente de trabalho hostil e de fazer piadas com o nazismo. Um deles relatou que o cantor enviou mensagens dizendo: “Bem-vindos ao primeiro dia de trabalho para Hitler”.Outros relatos apontam que o rapper exibiu símbolos nazistas em reuniões e discriminou empregados judeus. As denúncias ainda estão sendo analisadas pela Justiça norte-americana.Relação com Bianca Censori e as controvérsias públicasKanye West continua casado com Bianca Censori, arquiteta australiana que também virou centro de polêmicas. No Grammy 2025, o casal chamou atenção quando Bianca apareceu quase nua, supostamente a pedido do rapper, que teria planejado a aparição como uma “ação de marketing”.O episódio gerou críticas de objetificação e misoginia, mas ambos afirmaram que tudo foi feito de forma consensual. Ainda assim, o momento foi visto como mais uma tentativa de Kanye de gerar controvérsia para se manter em evidência.Declarações sobre escravidão e racismoEm 2018, Kanye West afirmou que “a escravidão pareceu uma escolha”, comentário amplamente condenado por artistas e ativistas negros. Ele também chegou a usar camisetas com a frase “White Lives Matter”, zombando do movimento “Black Lives Matter”.Ataque a Taylor SwiftA rivalidade com Taylor Swift começou no VMA de 2009, quando Kanye interrompeu o discurso da cantora para dizer que “Beyoncé merecia o prêmio”. Anos depois, a tensão voltou com a música “Famous”, em que ele se refere a Taylor como “vadia”.Candidatura à Presidência dos EUAEm 2020, o rapper lançou uma candidatura independente à presidência dos Estados Unidos, defendendo pautas ultraconservadoras e o então presidente Donald Trump. Sua campanha foi marcada por discursos confusos e falta de estrutura.Kanye West: relembre ofensas e confusões da carreira do artista