A Simpar (SIMH3), holding que abarca companhias como JSL (JSLG3), Vamos (VAMO3) e Movida (MOVI3) divulgou o balanço do segundo trimestre de 2024. O prejuízo líquido ajustado reportado pela companhia foi de R$ 119 milhões, revertendo lucro apresentado no mesmo período de 2024. “A gente vem com o trabalho de ajuste do nosso portfólio de contratos e de serviços pra uma nova realidade de juros. Isso é um negócio… Não é fácil, mas ele é executável. Já executamos duas vezes, estamos executando”, destaca Denys Ferrez, CFO do grupo, em entrevista exclusiva ao InfoMoney.Leia mais:Confira o calendário de resultados do 3º trimestre de 2025 da Bolsa brasileiraTemporada de balanços do 3T25 ganha destaque: veja ações e setores para ficar de olhoO lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi recorde e ficou em R$ 3,1 bilhões, com crescimento de 14% na comparação anual. Na métrica acompanhada pela companhia, o Ebitda ajustado adicionado – que considera o custo contábil de residual da Venda de Ativos imobilizados, visando maior proximidade com o valor real de geração de caixa – ficou em R$ 5 bilhões. A margem Ebitda ficou em 26,5%, com queda de 4,0 p.p na comparação anual, mas alta de 8,5% trimestre contra trimestre. A receita líquida ficou em R$ 11,4 bilhões, com avanço de 4,8% em relação ao observado no terceiro trimestre do ano passado.Uma das métricas mais utilizadas no setor, o Retorno sob Capital Investido (ROIC) anualizado produtivo reflete com maior exatidão o momento da Simpar, considerando o tempo de maturação necessário para a maioria dos investimentos realizados pelo grupo. O indicador ficou em 13,9%, de acordo com a Simpar, quando desconsiderado o capital empregado nas operações que não impactaram a geração de receita.O gasto de capital (capex, na sigla em inglês) líquido apresentado no 3T25 foi de R$ 1,8 bilhões e já caiu na comparação trimestral e anual, como explicado por Ferrez.Hora de ajustesO CFO considera que o contexto atual se assemelha muito ao observado na empresa em 2016. “Nessa hora, temos que ressaltar o que vem sendo feito em função desse ambiente. Existem ajustes e correções específicas que são particulares de cada uma das nossas empresas. Então é esse conjunto do que a gente tem que buscar e tem que fazer”, comenta o CFO, sobre iniciativas já em curso para cada um dos nomes que compõe o grupo. Na Vamos (VAMO3), por exemplo, a prioridade atual é o incremento na taxa de ocupação, que já está como foco de trabalho em andamento. A linha corresponde tanto a eventuais custos com estoques que não estão produzindo, quanto com gastos que pressionam margem porque há preparação de ativo seminovo. O CFO destaca também que a empresa do grupo teve redução de dívida líquida. A Movida (MOVI3), por sua vez, vive momento de busca por equilíbrio de preço cobrado do cliente e o valor do ativo. Para Ferrez, isso tem acontecido de forma muito gradual, mas tem acontecido. Atualmente, a Movida não buscaria expansão da frota, mas sim otimização de tudo que já foi alocado. “Eu acho que ela está cumprindo o dever de casa dela. Acho que a precificação dela reflete isso, em grande parte. Também está provando que tem um aspecto específico dela, setorial, que a frota dela é uma frota que foi muito bem azeitada”, diz. Um dos aspectos que o CFO destaca ao elogiar a frota é a ausência de necessidade impairment (processo para realização de perda de valor de ativo), como foi realizado por outras companhias do setor. A JSL (JSL3) segue se apoiando na liderança em um setor altamente fragmentado para se apresentar como “âncora do cliente”, segundo Ferrez. Ainda assim, o CFO reconhece que ainda há muito a ser feito na companhia, que viverá troca de comando a partir de 2026. O novo CEO, Guilherme Sampaio, já atua como CFO há anos na JSL. Por isso, segundo Ferrez, a troca apenas demonstra a continuidade da gestão em um processo planejado e com fases claras. A Automob (AMOB3) ainda vive momento de construção, para que haja a conclusão do processo de organização da companhia como separada da Vamos. Na receita da companhia, cerca de 80% vem da divisão de automóveis. “Nessa frente, tem que continuar trabalhando para trazer os volumes adicionais, diminuir o custo fixo das lojas e tirar a oportunidade de vender mais serviços”, afirma Ferrez. A companhia também tem exposição ao agro, através de máquinas agrícolas, o que nesse momento se apresentou como um desafio para a empresa. Ainda assim, o CFO considera que o setor tem potencial. Ele considera que o agro é um bom negócio e que a companhia deverá ter a lucratividade normalizada mais à frente, quando girar o estoque pago presente. “A vocação do campo, quando passa por dificuldades, é volátil, mas quando a gente pega uma linha mais longa, ela é ascendente. Então a gente acha que o posicionamento é bom, mas você tem um desafio para lidar no curto prazo, e acho que a gente está endereçando”, afirma. Já a CS Infra, frente de infraestrutura do grupo, conta com ativos que, para Ferrez, precisam amadurecer para realizar contribuição na geração de caixa. Como exemplo, o executivo cita portos. “Enfim, ainda vamos ter que trabalhar um pouquinho mais. Quando você olha o ano que vem, está todo mundo trabalhando para gerar o resultado a partir de uma taxa de juros que eu diria que ainda é maior do que hoje o mercado especifica. Eu acho que isso não é mau, porque você tem que trabalhar para equilibrar os preços correntes e, se houver uma inflexão nos juros, então, o trabalho ficou mais facilitado. Isso aconteceu em 2016, mas a gente não trabalha com a premissa de que obrigatoriamente vai acontecer. Então as coisas são muito parecidas, mas nunca as coisas são iguais”, diz. The post Simpar (SIMH3) tem prejuízo líquido de R$ 119 milhões no 3º trimestre appeared first on InfoMoney.