A segunda semana de novembro será movimentada no Brasil, com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro e o Banco Central publicando a ata da última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).Tanto o IPCA quanto a ata serão publicadas na terça-feira.Já na China, o foco recai sobre as vendas no varejo e a taxa de desemprego, que serão divulgadas na quinta-feira (13).SAIBA MAIS: O Money Times reuniu as recomendações de mais de 20 bancos e corretoras em um conteúdo gratuito e completo para você investir melhor.IPCA de outubro deve ter a menor variação para o mês desde 2019Ele refletirá as quedas nos preços de energia, alimentos e combustíveis. Depois da forte variação registrada em setembro (+0,48%), o índice deve registrar desaceleração expressiva, abrindo caminho para o cumprimento da meta de inflação em 2025.A projeção da Análise Econômica é de +0,12%, o que reduziria a taxa anualizada de 5,17% para 4,71%, o menor nível em nove meses. O recente comportamento dos preços na base da cadeia produtiva e a valorização cambial abriram espaço para a continuidade do processo de desinflação no último bimestredo ano, e nossa projeção para o IPCA no fechamento de 2025 permanece em 4,46%, dentroda margem de tolerância da meta.Ata do Copom não deve fornecer pistas sobre os próximos passos da política monetária domésticaO tom hawkish do comunicado divulgado após a última reunião deve ser mantido na ata, refletindo a postura conservadora do Banco Central do Brasil em preservar a efetividade da política monetária pelo maior tempo possível.Em essência, o Comitê evitará antecipar seus movimentos para não provocar ajustes prematuros nas curvas de juros futuros. O tom cauteloso reforça a leitura de que o primeiro corte da Selic deve ocorrer apenas no primeiro trimestre do próximo ano.Varejo e serviços ainda fortesApesar dos sinais de desaceleração da atividade econômica e de acomodação do mercado de trabalho, estimamos novos aumentos no volume de vendas do varejo e no setor de serviços. O pagamento dos precatórios e a resiliência do mercado de trabalho devem sustentar a oitava alta mensal consecutiva do setor de serviços, além de um novo crescimento nas vendas do varejo brasileiro.Caso as projeções de crescimento se materializem, os números não devem gerar grandes preocupações ao mercado financeiro ou ao Banco Central do Brasil. Isso porque os indicadores antecedentes sugerem que, mesmo que ocorram, os avanços tendem a ser marginais e, além disso, o segundo crescimento mensal consecutivo do varejo reverteria apenas parcialmente o forte recuo registrado entre abril e julho.LEIA TAMBÉM: Quer saber onde investir com mais segurança? Confira as recomendações exclusivas do BTG Pactual liberadas como cortesia do Money TimesIGP-10 de novembro deve apontar uma reversão pontual na tendênciaDepois das deflações registradas pelo IGP-M e pelo IGP-DI em outubro, as projeções da Análise Econômica indicam alta de 0,15% para o IGP-10.Em outubro, ele teve um avanço marginal de 0,08%.Embora o movimento de deflação tenha se esgotado rapidamente, especialmente nos segmentos mais sensíveis a commodities, o aumento projetado deve se concentrar em apenas parte dos produtos ao produtor. Dessa forma, a recomposição dos preços tende a ocorrer de maneira assimétrica, como já vinha acontecendo, o que tende a distender a trajetória de desinflação em curso no país.China e commoditiesOs novos empréstimos na China serão determinantes para o comportamento dos preços das commodities na próxima semana. O mercado acompanhará de perto os sinais da economia chinesa após os dados da balança comercial de outubro mostrarem a primeira queda anual das exportações desde março de 2024 e uma expressiva desaceleração no ritmo de crescimento das importações.O volume de novos empréstimos deve ajudar a calibrar as expectativas sobre a trajetória da economia asiática no último bimestre do ano e esclarecer se os números da balança refletem apenas um ajuste pontual, após a antecipação de embarques provocada pela guerra comercial, ou se sinalizam uma nova rodada de desaceleração da economia global e chinesa.Além disso, o mercado observará atentamente os próximos indicadores de varejo, produção industrial e preços ao produtor e consumidor, todos programados para divulgação na próxima semana.